Diego Alves passa a limpo meia década de Flamengo e se diz pronto para o adeus

12/11/2022 12:02

Diego Alves passa a limpo meia década de Flamengo e se diz pronto para o adeus

Goleiro conversa com o ge por mais de uma hora na semana de sua última partida pelo clube em que conquistou 11 títulos nos últimos cinco anos. Sábado é dia de festa do adeus no Maracanã

Diego Alves passa a limpo meia década de Flamengo e se diz pronto para o adeus
O capítulo final de um goleiro que "ficou marcado na história". A frase da música que embalou os melhores momentos de Diego Alves serve também para representar o que foi a passagem de cinco anos e meio de um jogador que chegou ao clube em 2017 como "pegador de pênaltis" e se despede neste sábado como "um dos maiores da história do Flamengo".



É inegável que foi um casamento de realizações para ambos os lados. O 01, como é chamado nos bastidores, resolveu um problema que afligia o torcedor na ocasião de sua contratação. O Flamengo, em contrapartida, deu a Diego Alves os troféus e o reconhecimento que quem via à distância as defesas em duelos com Messi e Cristiano Ronaldo em uma década de Espanha. Com 11 títulos conquistados e uma série de defesas na memória do torcedor, ele entra em campo para enfrentar o Avaí neste 12 de novembro com a certeza de que tudo valeu a pena:


LEIA TAMBÉM: Jornalista diz que Gerson deveria recusar o Flamengo e fechar com clube paulista: "Seria titular"


'(Me despeço) com alegria. Quando fala em despedida, se pensa em tristeza, mas me sinto com a missão cumprida"

- Foram anos de aprendizado, conquistamos muitas coisas na parte profissional e pessoal. Conseguimos formar grupos de trabalho que hoje movem o clube. Pessoas que vieram para agregar e fico feliz por chegar a esse momento com esse número de títulos e da maneira que cresci pessoalmente e profissionalmente.

Bicampeão da Libertadores, do Brasileiro e da Supercopa, campeão da Copa do Brasil e da Recopa, e tri carioca, Diego Alves pode se orgulhar de ser o goleiro titular mais vencedor da história do Flamengo. Cantarelli e César somam 12 conquistas, mas a grande maioria do banco de reservas. Comparação entre nomes que ficaram marcados, mas que também leva Diego a uma reflexão do quanto foi válido viver de fora os títulos em 2022 que tiveram Santos debaixo das traves. Fruto de um processo de amadurecimento que o próprio relata:

- Quando você não joga, tem que fazer de tudo para o time ganhar. Não existe isso de torcer contra. Você está no time e hoje estamos falando de título da Libertadores. Foi construído por todos. Nos momentos mais difíceis, as pessoas estão te observando e é preciso saber que você é exemplo. Há o ídolo construído dentro de campo, mas também há o exemplo.

"A pessoa que está aí atrás muitas vezes não conhece o Diego Alves, mas a partir do momento em que você não é mais o jogador em evidência no campo, você ganha outras coisas de extrema importância. O respeito, a admiração, o reconhecimento... E você deixar de ser mais um ídolo para ser único. Me sinto honrado de terminar esse ciclo com esses jogadores"



O protagonismo na Libertadores de 2019 e os serviços prestados não deixaram Diego Alves imune aos questionamentos do torcedor em momentos tensos, como após o vice da Libertadores de 2021. Cobranças que o 01 garante sempre ter levado com naturalidade.

- Nunca me apeguei às críticas, me apego ao meu trabalho. A Libertadores de 2021 foi em alto nível. Infelizmente, perdemos a final e quando se perde sobra para zagueiro, goleiro, é normal. Você representa 42 milhões de torcedores, a pressão é muito grande e às vezes você vai ser responsável. Isso não pode mudar sua essência. São 20 anos como goleiro, sei quem eu sou e o que eu fiz.

"Não posso dar importância ao que vem de fora, tenho que trabalhar e treinar para que o resultado venha sem apontar o dedo. Não chegamos de novo à final? Chegamos! Isso que temos que dar valor. O resto não temos controle"



Revelado pelo Atlético-MG e consagrado na Espanha, Diego Alves deixa o Flamengo ainda sem convicção do que será seu futuro. A aposentadoria não está descartada, mas será decidida após férias bem aproveitadas em Ribeirão Preto. Entre dúvidas e reflexões, o goleiro deixa o clube com uma certeza: terá sempre seu nome relacionado ao Flamengo.

- Fica a marca! O Diego Alves existia antes do Flamengo, o Flamengo antes do Diego Alves, mas foi uma junção vitoriosa. Com certeza, sou o Diego Alves do Flamengo.

"Não é mais como era na Espanha, o "para pênaltis". Sou o Diego Alves do Flamengo. Até porque, pênalti era uma característica a mais. Ninguém fica dez anos na Europa só pegando pênaltis"

Diego Alves fará sua última atuação neste sábado, às 16h (de Brasília), no Maracanã, diante do Avaí, pela última rodada do Brasileirão. Antes, porém, recebeu o ge para um bate-papo de mais de um hora onde passou a limpo meia década que foram suficientes para marcar uma vida inteira. Com vocês, Diego Alves do Flamengo:

O que é o Flamengo?

- Joguei em Valência e lá também era um clube em período de transição e muita pressão. Os últimos foram difíceis e falei para minha esposa: "Preciso de um lugar mais tranquilo". E vim para o Flamengo (risos). É a essência do futebol, e o Flamengo é o que une tudo: a paixão, a emoção, a razão... O que você imaginar é o Flamengo! É uma loucura. Você está no céu, no inferno, no céu de novo. Fui vaiado e aplaudido em menos de uma semana no Maracanã e entendo o torcedor. O Flamengo consegue unir toda a essência do futebol.



O tamanho do legado

Não. Não dá para ter noção... Só vou saber o que eu fiz quando eu parar e voltar aqui com meus filhos. Às vezes, eles falam: "Papai, as pessoas gostam de você, né?". E eu explico que é fruto do trabalho. Mas dimensão total do que conquistamos e marcamos no clube, é difícil. O dia a dia é muito corrido e desgastante. Não há tempo para desfrutar. O próximo é sempre mais importante, o que ficou para trás depois comemora... Mas o mais legal é que a mentalidade que fica é vencedora, de sempre querer mais e ganhar mais. A torcida não precisa ter dúvida da vontade que esse time tem de vencer. É algo que foi construído lá atrás. Essa é a essência e o importante para o clube.

Preparação para o adeus

- Estou tranquilo e com a cabeça de que a missão foi cumprida. Me doei cinco anos para esse clube de maneira total. Sou grato a todos no clube, por tudo que vivi no Flamengo, pessoal da cozinha, rouparia, médicos, fisioterapeutas... O mais legal de tudo é ser parado na rua e escutar: "Obrigado pelo que você fez pelo Flamengo". Isso é o que não tem preço. Me sinto realizado, feliz e espero que o torcedor possa ir ao Maracanã para desfrutar e seguir torcendo. É uma torcida que move montanhas e conhece resultados que poucos times conseguem no ano.

A festa no fim de semana

- Agora, é Copa do Mundo! Domingo tem trio elétrico e espero que a torcida dê valor, que comemore agora esse time. Foi um ano mágico. Começamos com muitas dúvidas, protestos, tudo mais, e terminamos felizes e chorando de emoção.

O futuro

- Ainda não parei para pensar. Tenho algo em mente, mas quero tomar as decisões com tranquilidade. Vou curtir a família e ver o que tem para o futuro. Mas será tudo muito bem pensado e com muita tranquilidade.

A famosa geração 85


- Desde quando eu cheguei, o time não ganhava e já saia burburinho de panela. Para mim, isso é uma covardia. Falar que tem quem escolhe os jogadores que vão jogar. Pelo amor de Deus, gente! Como um jogador vai ter o controle de um time? O jogador está ali para trabalhar e render. Hoje, vivo dessa criação maldosa. Eu renovei em dezembro de 2021 com o Flamengo e em janeiro já tinha gente falando que eu não iria renovar e que a "Panela 85" estava destruindo o Flamengo. Tem que ver quem fez, o motivo de criar essa narrativa.

A criação da Geração 85 nada é além de juntar jogadores de uma mesma geração que jogaram na seleção de base e se reencontraram. Foi apenas uma homenagem, mas esse controle do que dizem você não tem. "Ah, fulano me falou". Mas será que fulano não está falando isso com a intenção de prejudicar? Os jogadores mais experientes chegaram para agregar e cada um exerce sua liderança da sua forma. Tem David Luiz, Filipe Luís, o Gabi... Há jogadores que podem fazer o papel de capitão. A braçadeira é importante para quem usa como referência, mas o Flamengo tem vários capitães respeitáveis. Não existe isso de panela e nunca existiu. O trabalho dessa "panela" é simplesmente para fazer o clube andar para frente e ganhar títulos.

Não é nada além disso, mas há quem leve para o outro lado e vamos voltar naquela de verdades e mentiras. O problema é que para você desfazer uma mentira demora muito tempo e não vende. Infelizmente, o que não vende muitas vezes é uma mentira. Mas sabemos o que aconteceu e sempre trabalhamos em prol de defender e fazer o clube vencer.

Impacto na torcida


- É preciso ver o motivo, a intenção (da crítica). Antigamente, na época de rádio, os jogadores sabiam se iam ser vaiados dentro de campo. Agora, na segunda-feira sabemos que seremos vaiados no domingo. Imagina como que daqui a dez anos isso vai ser incontrolável, mas temos que viver (risos).

Conflitos com Paulo Sousa

- Quando você trabalha com a verdade, você é correto e tem o respeito dos jogadores, uma hora ou outra a verdade aparece. Pode ter um monte de situação, um monte de coisa, mas aparece. Se você tem a verdade, você dorme tranquilo e com o coração em paz. O cara lá de cima está no comando, está te guiando, e sabe o que você fez. Talvez, em 2018 com o Dorival foi uma situação que já estava resolvida, mas sempre batem no assunto. Tanto que ele voltou, fizemos um ano grandioso e não teve nada de situação incômoda, nos ajudamos.

Foi uma troca de intenções boas para o time ganhar. O que eu falo é que o aprendizado e a maturidade nos fazem crescer. Tive provas de que quanto mais se fala, mais se complica. Quando você tem a verdade, espera para ver o resultado que vai dar. Sempre tive essa consciência e coloquei de frente caráter, verdade e profissionalismo. Isso sempre colocamos ali. Cada um a sua maneira, seu pensamento, seu estilo... Discussão é normal no dia a dia, mas quando o bicho está pegando estamos todos juntos. E foi dessa maneira que aconteceu em 2022.

Reencontro com o Dorival

- Com certeza (foi um presente do destino). Hoje vejo que sim! Talvez, naquele episódio de 2018 não tenha ficado claro para as pessoas o que aconteceu. Eu e ele sabemos e ficou bem resolvida. Tivemos uma nova chance em uma situação bem parecida e nos consagramos campeões da Copa do Brasil e da Libertadores. Fico feliz por ele, por ter passado por três vezes no clube, fez parte desta reconstrução e merece viver esses momentos com vários jogadores que ele conhecia e tinha trabalhado.

Cobranças no fim de 2021

- Isso é normal! A nossa realidade é baseada no que fazemos e com quem trabalhamos no dia a dia. Se formos basear a verdade ou ficar magoado com o que vem de fora, esquece. Infelizmente, não existe um controle na parte das redes sociais, da mídia... Muita gente dá sua opinião, cria... Agora, se for verdade ou não depende do que você quiser. Estamos entrando num período difícil em todos os sentidos. Muita coisa sai e não sabemos o que é verdade ou mentira.

Nunca me apeguei às críticas, me apego ao meu trabalho. A Libertadores de 2021 foi em alto nível. Infelizmente, perdemos a final e quando se perde sobra para zagueiro, goleiro, é normal. Você representa 42 milhões de torcedores, a pressão é muito grande e às vezes você vai ser responsável. Isso não pode mudar sua essência. São 20 anos como goleiro, sei quem eu sou e o que eu fiz. Não posso dar importância ao que vem de fora, tenho que trabalhar e treinar para que o resultado venha sem apontar o dedo. Não chegamos de novo à final? Chegamos! Isso que temos que dar valor. O resto não temos controle.

Libertadores de 2019 é especial

- Nunca tinha jogado na altitude. Na estreia, foram 3.800m e só de lembrar dá falta de ar. Foi uma Libertadores que eu senti que podíamos começar com uma maneira diferente. O Flamengo não estreava com uma vitória fora há muito tempo. Era a hora! Foi um jogo com tiroteio. Chutavam de todo lugar, do meio de campo, da lateral, e foi o jogo em que mais fiz defesas no ano. Ali, começamos a construir o caminho da Libertadores.

Classificamos com o Abel, depois veio o Jorge, e tudo mudou. Perdemos para o Emelec lá no Equador, um jogo duro. Quando pensamos que estava tudo acabado dissemos que não. E teve o jogo que para mim foi o jogo com o ambiente do Maracanã que nunca tinha visto igual. Aquele dia estava especial. Já vi festas incríveis no Maracanã, agora contra o Atlético-MG foi incrível, mas contra o Emelec foi especial.

Vínhamos de uma derrota e ninguém acreditava, mas a torcida comprou a briga e foi apoiar. Desde o aquecimento, nos olhávamos e falávamos: "Está diferente". Começou o jogo 1 x 0, 2 x 0, pensei que ia ser três, quatro e foi jogo de nervos até o final. Fomos para a decisão por pênalti e esse jogo é muito especial. A torcida se conectou de maneira muito diferente com o time.



Amadurecimento como jogador

- Você amadurece dia após dia na vida, imagina cinco anos de Flamengo. Vocês sabem como é difícil a rotina e com certeza o Diego Alves que deixa o Flamengo não é o mesmo de quando chegou. Inclusive, esse ano foi um dos mais importantes da minha carreira. Estou falando de verdade. Foi um ano em que talvez não estive tanto em evidência dentro do campo, mas fora vi que você pode ser importante também não jogando. No dia a dia, nos exemplos, em tudo que você faz.

Memórias rubro-negras

- Nós, jogadores do Flamengo, não temos tempo para desfrutar e curtir. Você ganha um Brasileiro, uma Libertadores, e se no ano seguinte você não ganhar, não serve. Não há tempo para saborear. O torcedor quer ganhar sempre de novo, e o Flamengo está conseguindo. Por mais que o chegar às vezes não bate, você chegou numa final de Libertadores. Na história do clube, são quatro finais e essa geração chegou a três. É um momento único. Mas no dia a dia não dá para desfrutar. Agora, é acabar o ano e pensar em Recopa, Supercopa, Mundial... É assim que funciona. Mas quando terminar o ciclo e eu tiver um tempo a mais para pensar, vou ter tranquilidade para admirar os momentos históricos desses cinco anos.

Eu valorizo tudo! Claro que a Libertadores é um marco, mas a Flórida Cup foi o início de um ciclo vitorioso. Jogador de futebol não quer perder nada. O que foi criado dentro do clube é para ser elogiado. Quando essa geração acabar, vão vir outras, mas essa será lembrada como uma que viveu uma era de vitórias.

A história no Flamengo

- São 11 títulos expressivos, grandes, e o que eu posso é ser grato ao momento que vivi. Agora, vai chegando ao prazo final e temos que virar a página, mudar o ciclo. Faz parte da vida. Existem etapas e chegou a hora de dar um fim a esse ciclo no Flamengo.



A reconstrução do Flamengo

- Quando cheguei, sempre falei de entrar na história ganhando títulos importantes. Talvez naquela época não acreditassem. Muitos jogadores passaram pelo Flamengo e não tiveram a oportunidade de ser campeão. Nos dois primeiros anos, chegamos às finais da Copa do Brasil, que eu não estava inscrito, e da Sul-Americana, que eu não joguei por ter quebrado a clavícula. Tudo foi uma construção. Conversávamos internamente que uma hora a sorte, que tem que ser agregada ao trabalho, ia virar. Estávamos batendo na trave muitas vezes e não é normal.

Chegou o ano de 2019 que foi o divisor de águas e começamos a conquistar o que o clube merece. É uma construção que vem de estrutura, de CT, de anos anteriores... Eu já cheguei numa parte do CT com bastante estrutura, com academia boa, parte de fisioterapia, mas peguei em 2019 a transição para o CT que é comparado aos melhores do mundo. E chegou a hora das grandes conquistas.

Decisão de vir para o clube

- Desde quando aceitei o Flamengo, passei a ter mais informações do que estava sendo construído. O Flamengo como torcida e história é grandioso. Lógico que nos anos anteriores talvez não tivesse tanta estrutura para suporte o que é o clube. Mas chega o momento em que o Flamengo sofre para se preparar e colher os frutos de agora. E acredito que vai colher por muitos anos para frente. Tem estrutura, uma economia muito alta, trabalha com o próprio dinheiro, tem pessoas inteligentes, jogadores sendo vendidos a preços altíssimos... É uma boa administração que começou lá atrás para sofrer e colher os frutos. Aconteceu! Chegou esse momento e tive a felicidade de participar desse processo em que o Flamengo uniu a estrutura com o que sempre mereceu ter.

Influência no crescimento do Flamengo


- Para você construir alguma coisa grande, é preciso ter grandes pessoas e grandes jogadores. Quando eu tive a certeza do acordo, liguei para o Diego Ribas e perguntei como era aqui. Ele me explicou e eu sabia que o Flamengo estava construindo uma coisa grandiosa. Cheguei em 2017, o Everton Ribeiro um pouco antes, e a contratação de peso seguinte foi o Vitinho em 2018, um alto investimento. Você começa a notar mudanças e que o clube está pensando em competir com o mercado de jogadores da Europa. Você começa a tentar vislumbrar como vai ser na frente.

Em 2019, depois do título Carioca, tem a saída do Abel e começam a chegar outros jogadores da Europa... Filipe Luís, Rafinha, Gérson... Foi construído de maneira difícil, com críticas quando não houve resultados, mas agora fica comprovado que tudo foi feito de maneira correta. Com certeza, todo mundo teve sua contribuição e isso fez o Flamengo crescer novamente.

Cobranças antes dos títulos

- É um acúmulo de coisas. A torcida estava insatisfeita por chegarmos perto, mas não conquistarmos os títulos. Perdemos a final da Sul-Americana, perdemos a Copa do Brasil para o Cruzeiro nos pênaltis... Então, juntou tudo isso e chegou o momento da explosão de impaciência e insatisfação. Houve o episódio do aeroporto, que para mim é uma situação completamente inválida. São situações que mancham uma carreira e não fica nada de proveito. Nem representa uma torcida. São vândalos! Em 2018, chegaram a agredir o Diego, chutaram nosso assessor de imprensa, o Denir fazia a escolta do Diego... Olha que cena forte!

Houve o episódio do café que todo mundo fala, mas foi um momento bem triste. Só que foi onde nos juntamos também numa pressão no limite e vencemos por 3 a 0 este jogo no Ceará. Não conquistamos o título este ano, mas terminamos de uma maneira positiva e tem uma frase que o Dorival fala que é impactante: "O Flamengo está preparado para ganhar títulos". Conversávamos no dia a dia e sabíamos que o momento estava por vir. Fomos vice do Brasileiro neste ano e o ano seguinte já começou mudando com o nível de contratações mais caras. Jogadores foram chegando de dentro do país, de fora, e isso criou o ambiente vitorioso.



O pegador de pênaltis no Flamengo

- Tem um episódio engraçado. Quando cheguei, meu primeiro jogo no Rio foi contra o Vitória, na Ilha, e teve um pênalti. O Neilton bateu e fez! Mas lembro que depois no pós-jogo as perguntas eram o porquê de eu não ter defendido o pênalti. Achei um absurdo e uma falta de respeito com o cobrador, mas comecei a entender o que teria pela frente no Brasil. Quando cheguei, existia uma pressão da torcida sobre pegar pênaltis e lembro que quando defendi o primeiro foi uma explosão de alegria que não entrava na minha cabeça. Um pênalti era motivo de uma festa. Hoje, entendo a dimensão e o que representa o Flamengo. Foi um período de transição da volta da Europa, mas eu gosto de contar esse caso porque foi engraçado.

Diego Alves, década, Flamengo, adeus

463 visitas - Fonte: globoesporte


VEJA TAMBÉM
- Corinthians notifica Flamengo sobre garantias na aquisição de Hugo Souza
- DE OLHO! Gigante brasileiro demonstra interesse em contratar David Luiz
- Vasco x Flamengo no NBB: horário e transmissão do jogo de basquete



Instale o app do Flamengo para Android, receba notícias e converse com outros flamenguistas no Fórum!

Mais notícias do Flamengo

Notícias de contratações do Flamengo
Notícias mais lidas

Comentários do Facebook -




Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!

Enviar Comentário

Para enviar comentários, você precisa estar cadastrado e logado no nosso site. Para se cadastrar, clique Aqui. Para fazer login, clique Aqui ou Conecte com Facebook.

Últimas notícias do Mengão

publicidade

Brasileiro

Qui - 20:00 - -
X
Flamengo
Fluminense

Brasileiro

Sáb - 19:00 - Arena Fonte Nova
0 X 2
Bahia
Flamengo