Achei! Herói contra Orlando City há nove anos, Luiz Antonio desbrava o Vietnã com técnico fã do Flamengo

26/1/2024 13:22

Achei! Herói contra Orlando City há nove anos, Luiz Antonio desbrava o Vietnã com técnico fã do Flamengo

Achei! Herói contra Orlando City há nove anos, Luiz Antonio desbrava o Vietnã com técnico fã do Flamengo

O Flamengo enfrenta o Orlando City neste sábado, às 16h (de Brasília) no Exploria Stadium, no último amistoso da pré-temporada do clube nos Estados Unidos. Mas não será a primeira vez que o time norte-americano vai cruzar o caminho rubro-negro.

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Em festa pelos 120 anos, Flamengo vence Orlando City em amistoso

No dia 15 de novembro de 2015, o Orlando City de Kaká (que na época não jogou porque estava com a seleção brasileira) foi convidado para um amistoso em comemoração pelos 120 anos do Flamengo no Maracanã (veja no vídeo acima) . Em jogo truncado, o Rubro-Negro venceu por 1 a 0 graças a um gol de Luiz Antonio em uma cobrança de falta que ele lembra até hoje:

- Teve uma falta antes que o Ayrton bateu. Normalmente quem batia era o Alan Patrick e o Kayke (saíram no intervalo). E eu pedi para bater porque treinava também. Fui bater no canto do goleiro, o zagueiro entrou na frente, desviou nele e entrou. Era aquele jogo festivo, que joga um time no primeiro tempo e outro no segundo, a gente devagar... Apesar de os caras não levarem como comemorativo assim, estavam querendo azedar um pouco. Tanto que foi 1 a 0 com gol no segundo tempo, e os caras ainda perderam pênalti - lembrou, apostando em menos estresse na revanche:

Ah, agora deve ser mais tranquilo. Não sei como está o time deles, se lá é pré-temporada ou meio de temporada, porque isso pode dificultar um pouco. Mas acho que pela qualidade hoje do Flamengo vai ser mais fácil".
— Luiz Antonio, volante revelado pelo Flamengo.

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Luiz Antonio e Velizar Popov campeões da Supercopa do Vietnã — Foto: Arquivo Pessoal

Luiz Antonio e Velizar Popov campeões da Supercopa do Vietnã — Foto: Arquivo Pessoal

Se há nove anos Luiz Antonio entrava em campo para ser decisivo, o reencontro entre Flamengo e Orlando City ele não conseguirá nem assistir. Isso porque o volante, atualmente aos 32 anos, joga no Thanh Hóa, do Vietña, onde por causa do fuso horário a partida vai começar às 4h da madrugada. O ex-rubro-negro obviamente estará dormindo quando a bola rolar e terá duas formas de saber como foi o jogo: pesquisar na internet ou perguntar para o seu técnico ao chegar para treinar no dia seguinte.

Técnico búlgaro rubro-negro

É isso mesmo, você não leu errado. O treinador do time não é brasileiro, mas fala português e é fã de carteirinha do Flamengo . Velizar Popov nasceu em Plovdiv, na Bulgária, em 1976. A pedido do ge , Luiz Antonio gravou um vídeo com o técnico, de 47 anos, para ele explicar como virou rubro-negro:

- Começou na Copa do Mundo de 1982. O Zico e a seleção brasileira foram basicamente a razão para eu me apaixonar por futebol. Cada criança joga na rua, mas quando você está vendo na TV essa Seleção de 82 parecia de uma outra galáxia, outro mundo, outro esporte. Um futebol muito diferente de tudo que a gente via na Europa naquela altura. Então Zico foi meu primeiro ídolo no futebol.

Técnico no Vietnã, búlgaro Velizar Popov fala português e torce para o Flamengo

- E naturalmente por ele ter sido ídolo do Flamengo eu comecei a ver o Flamengo naquela época. E até hoje tenho um feeling (sentimento) especial. Torcida maior e mais linda do mundo, com certeza. E também um clube enorme, um time fantástico, de muita história - concluiu.

De tão fã, Popov passou a acompanhar os jogos do Flamengo direto. E pediu a Luiz Antonio em sua última viagem ao Brasil dois presentes: uma camisa rubro-negra e um livro do Zico.

- Ele acompanha os jogos, fala, corneta... Quando o Flamengo podia ter assumido a liderança do Brasileiro ano passado e perdeu do Atlético-MG, ele virou para mim: "Não é possível, vou parar de ver, não aguento. O que está acontecendo com eles?". Ele acha que eu ainda jogo lá (risos). Esses dias estava no Instagram e o Renato Abreu abriu uma live. Eu entrei, e do nada o técnico me manda uma mensagem: "Traz essa canhota de ouro aí para jogar com a gente" (risos).

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Luiz Antonio em ação pelo Thanh Hóa — Foto: Divulgação / Thanh Hóa

Luiz Antonio em ação pelo Thanh Hóa — Foto: Divulgação / Thanh Hóa

E ter jogado no Flamengo foi o que levou Luiz Antonio ao Vietnã. O treinador contou para o brasileiro que recebeu 50 DVDs de jogadores, e que o volante era o segundo da fila. Quando viu quem era, não quis nem ver os outros 48 e pediu para o clube contratá-lo. Em menos de seis meses lá, o ex-Rubro-Negro já faz sucesso. Jogando em uma função mais avançada, tem um gol e quatro assistências em nove jogos e foi campeão da Supercopa do país.

- Estou jogando de 10, Arrascaeta (risos). Não igual, mal comparando. Eu já tinha jogado adiantado na Chape em 2017, foi o ano que fiz mais gols na minha carreira (7). E eu sempre brincava que quando fosse ficando mais velho era melhor ficar perto do gol, não desgasta tanto. Mas no Vietnã estou correndo mais (risos). Tem que esperar um pouco mais a bola, se movimentar, não é a mesma qualidade do Brasil da bola chegar toda hora.

"Perrengue no Mundo Árabe"

Não é de agora que Luiz Antonio vem jogando do "outro lado do mundo". Com exceção de um retorno ao Brasil em 2022 para disputar a Série B pelo Brusque, são praticamente seis anos num mercado considerado alternativo. Entre 2018 e 2024, passou por Al-Shabab (Arábia Saudita); Baniyas e Ajman (Emirados Árabes); Lamphun Warrior (Tailândia) e atualmente no Thanh Hóa (Vietnã).

Morar em um país de idioma e cultura muito diferentes é normal passar por problemas. Mas o maior "perrengue" que Luiz Antonio viveu por aquelas bandas foi um tanto quanto inusitado: aconteceu em 2021, quando estava no Ajman e brigava contra o rebaixamento nos Emirados Árabes:

Luiz Antonio com os pés queimados nos Emirados Árabes em 2021 — Foto: Arquivo Pessoal

Luiz Antonio com os pés queimados nos Emirados Árabes em 2021 — Foto: Arquivo Pessoal

- O último jogo era contra o nosso concorrente direto, quem perdesse caia. Como a gente vinha de muitos jogos seguidos, para ter uma recuperação mais rápida fizeram aquela crio (crioterapia), que entra numa máquina. Foi numa universidade que já tinha testado com outras pessoas e tal. O preparador pediu, e o clube investiu dinheiro para todos os jogadores fazerem dois dias antes do jogo. Fomos os primeiros: entrou junto eu, o goleiro, que era capitão, e o centroavante, também estrangeiro.

- De repente o pé começou a arder. Saímos com os pés vermelhos, latejando. Deu queimadura grau dois. Passaram um óleo, pomada, pistola... Mas no outro dia eu não aguentava colocar o pé no chão. O goleiro e o centroavante ficaram com bolhas da queimadura, levaram a gente para o hospital. Acabou que o Ajman foi para o jogo decisivo sem seus três principais jogadores, ainda bem que conseguiu vencer. Terminou o campeonato e eu ainda tive que ficar mais 10 dias no país até me recuperar.

Recusa ao Botafogo

Entre os quase seis anos entre Ásia e Mundo Árabe, Luiz Antonio por pouco não voltou ao Brasil para jogar em um rival do Flamengo . Em 2020, o Botafogo tentou a contratação do volante e chegou a enviar uma proposta para o jogador, que estava no Baniyas, nos Emirados Árabes.

- Tinha estourado a pandemia quando apareceu a oportunidade de ir para o Botafogo. Fizeram proposta, tudo direitinho, organizado. Eu estava vivendo um momento bom, com a minha família em uma cultura diferente, e não queria voltar. Depois teve confusão, diretor falou que eu não quis por causa da pressão da torcida do Botafogo, que não queria porque eu era Flamengo .

Não teve essa pressão, eu recebi muita mensagem no Instagram, direct lotado, e a maioria queria que eu fosse. Mas o principal motivo de não ter ido foi porque queria ter ficado estável por causa da pandemia".
— Luiz Antônio, sobre interesse do Botafogo em 2020.

Laço eterno com a Chape

Desde a Chapecoense até hoje, Luiz Antonio joga com a camisa 88 pelos clubes que passa. O número foi escolhido em homenagem a Cléber Santana, que jogou junto com ele no Flamengo entre 2012 e 2013 e foi uma das vítimas daquele trágico acidente de avião em novembro de 2016.

Luiz Antonio com a camisa 88 na Chapecoense — Foto: Sirli Freitas/Chapecoense

Luiz Antonio com a camisa 88 na Chapecoense — Foto: Sirli Freitas/Chapecoense

- Eu sempre gostei de jogar com a 8, mas a maioria dos times que cheguei já tinha um camisa 8. Então foi uma forma de homenagear o Cléber Santana por tudo que ele me ajudou no Flamengo : me dava carona, me orientava, algumas vezes concentrava comigo... Encarei o desafio de usar o mesmo número dele na Chape, cheguei a falar com a esposa dele, pedi autorização, e todo lugar que fui depois disso eu escolhi a 88. As pessoas acham que eu nasci em 1988, mas sou de 91 (risos).

- Fizemos um ano histórico na Chape, terminamos em oitavo, jogamos Sul-Americana, Recopa, jogamos contra o Barcelona do Messi e do Suárez... Participei da reconstrução do clube. Foi triste pela parte do acidente, mas emocionante porque construímos um laço de amizade e continuamos tudo que os caras estavam fazendo antes. E acabei criando essa relação com o clube, com quem tenho um carinho enorme - afirmou.

Sem mágoa com o Fla

Ao todo, pegando desde as categorias de base, foram 14 anos de Flamengo . No profissional, foram 178 jogos, 10 gols e dois títulos com a camisa rubro-negra: o Carioca de 2014 e a Copa do Brasil de 2013. Mas a relação com o clube sofreu rusgas quando o jogador entrou na Justiça pedindo a rescisão de contrato por supostos salários atrasados, o que não se confirmou nos tribunais.

Luiz Antonio se arrependeu, pediu desculpas e seguiu no Flamengo . Mas aquele ano de 2015, em que decidiu o jogo contra o Orlando City, na prática foi o seu último no clube, já que depois ficou até o final do contrato emprestado à Chapecoense. Mesmo longe do Rubro-Negro, ele manteve os laços com o time e não guardou mágoa. Em 2023, no aniversário de 10 anos do título da Copa do Brasil, foi convidado pela "FlaTV" para comentar a retransmissão da final em que foi eleito o melhor em campo.

Luiz Antonio em 2013 com o troféu de melhor da final da Copa do Brasil — Foto: Cahê Mota

Luiz Antonio em 2013 com o troféu de melhor da final da Copa do Brasil — Foto: Cahê Mota

- Naquele momento eu era um menino que precisava de uma situação e não fui orientado da melhor forma. Mas acho que ficou o carinho, admiração, em todo lugar que vou lembram de mim. Ficou mais a parte boa: a Copa do Brasil, os jogos contra o Santos, o gol no Cruzeiro...

- Poderia talvez ter tido mais momentos históricos, ficado mais tempo no Flamengo ? Poderia. Mas de qualquer forma fui feliz de ter jogado no meu time de coração; realizei o sonho do meu pai e do meu avô; um dos meus filhos conseguiu ver isso... Não tenho do que reclamar, mais agradecer por tudo que vivi lá.

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