Uma das principais joias do Flamengo, Victor Hugo vinha pagando o preço da tão exaltada versatilidade. Pela capacidade de fazer praticamente todas as funções do meio para frente, foi afastando-se do gol. Ávido por dar chances a um jogador que não aproveitara tanto na reta final de 2023, Tite o escalou como um camisa 8 na vitória por 3 a 0 sobre o Volta Redonda. Resultado: o jovem teve atuação discreta, mas o gaúcho assumiu a bronca e desculpou-se publicamente. - Tenho que fazer um pedido de desculpas: eu prejudiquei o Victor Hugo. Dei ele uma função que não é a usual dele e nem é a melhor função dele. Por vezes, você quer oportunizar os atletas, dar uma condição, e o imaginei como segundo meio-campista central, com o De La Cruz mais à frente. Eu e a comissão técnica toda erramos e o prejudicamos - afirmou.
O divisor de águas veio na vitória por 3 a 0 sobre o Bangu, em 15 de fevereiro. Por circunstância de jogo, Victor Hugo substituiu Pedro e passou a fazer a função de Arrascaeta, que saíra seis minutos antes - Gabigol o substituiu. Victor ocupou mais a faixa direita do ataque rubro-negro, atuando de pé trocado. Tite e sua comissão gostaram do que viram e chamaram o garoto para conversar. Perguntaram se Victor tinha se sentido à vontade por ali, tiveram uma resposta positiva e resolveram utilizá-lo somente por aquela faixa. Ponta dá confiança e ousadia.
Após a conversa e o retorno promissor em campo, a comissão decidiu passou a enxergar Victor Hugo somente como ponta ou na função de armador. A confiança teve efeito imediato. Contra o Fluminense, entrou somente aos 39 minutos da etapa final, mas o período foi suficiente para conseguir uma arrancada sensacional.
A boa entrada contra o Flu rendeu mais minutos no fim de semana seguinte, jogo que rendeu a conquista da Taça Guanabara. Entrou aos 25 da etapa final e mais uma vez como ponta-direita. Dali, encarou a aproximação de cinco marcadores e mais uma vez arriscou de fora da área.
Após um período em segundo plano, Victor Hugo foi redescoberto por Tite e reaproximou-se do gol adversário. Reaproximou-se também daquele jogador que chamou muita atenção com a artilharia de um sub-17 supercampeão em 2021 (28 gols e 15 assistências) e que teve um 2022 inesquecível, desde os primeiros meses no sub-20 à sequência de partidas com Dorival Júnior. Vale destacar que Victor Hugo é muito jovem. Faz apenas 20 anos em 11 de maio, dia em que fez seu primeiro gol como profissional, em 2022, contra o Altos, pela Copa do Brasil. Nessa tenra carreira, o meia já tem Copa do Brasil e Libertadores no currículo, além de propostas recusadas vindas da Premier League e da França.
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