Arrependimento: Volante joia do Bahia apresentado ao lado de Elano no Flamengo.

28/5/2024 13:39

Arrependimento: Volante joia do Bahia apresentado ao lado de Elano no Flamengo.

Arrependimento: Volante joia do Bahia apresentado ao lado de Elano no Flamengo.

Antônio Felipe Gonzaga, o Feijão, carrega uma história que retrata muito bem a vida do jovem periférico brasileiro. O convívio com o trabalho desde a infância para ajudar em casa dividiu as atenções dele, que, além de estudar, carregava um sonho comum ao de muitos garotos: se tornar jogador de futebol e mudar a vida da família. Alô, torcida tricolor! Já segue o ge Bahia no WhatsApp e fique por dentro de tudo! Apesar de todas as dificuldades, Feijão conseguiu ir longe. Ele virou xodó do Bahia, seu clube do coração, fez gols históricos, jogou fora do Brasil e foi apresentado, em janeiro de 2014, em um dos maiores clubes do país ao lado de Elano, jogador que ele tem como ídolo. Em entrevista ao ge, o volante relembrou aquele dia marcante. - Foi um momento único na minha carreira. Eu já tinha até jogado com Kléberson, que foi pentacampeão do mundo. Mas ser apresentado com Elano, jogador de Copa do Mundo, de sucesso internacional, foi muito bom. Aprendi muito e marcou a minha carreira. Quando meu filho crescer mais vou contar essa história para ele. Não é para qualquer um.

Depois de um início promissor no Bahia, Feijão chegou ao Flamengo em uma troca por empréstimo. O Rubro-Negro levou Feijão, e o Tricolor baiano ficou com o atacante Rafinha. O valor da negociação foi de R$ 16,3 milhões, grana que o jovem nunca tinha visto na vida. - A primeira coisa foi ajudar minha mãe, dei uma casa para ela. Juntei o dinheiro também porque a carreira de jogador é curta, tem que investir certo para não terminar igual acontece com muitos atletas por aí. Dei uma casa para ela e melhorei a vida da família. Hoje tenho um irmão que é professor de educação física e tem uma vida boa. Quem fizer os melhores investimentos nessa carreira de futebol terá um futuro mais tranquilo. Penso muito nos meus filhos também.

Elano e Feijão apresentação Flamengo
Crédito: Pedro Kirilos/Agência O Globo

Com exceção do Campeonato Carioca, o Flamengo teve uma série de fracassos em 2014. O clube foi eliminado na fase de grupos da Libertadores, caiu nas semifinais da Copa do Brasil ao ser goleado pelo Atlético-MG e ficou na 10ª posição do Brasileirão. Para Feijão, o fraco desempenho tem relação com as constantes trocas no comando técnico do Rubro-Negro. - Acho que foram as trocas de treinador. Começou com Jayme [de Almeida], depois veio Ney Franco, em seguida o Luxemburgo… Teve muitas brigas internas com outros atletas. Então foi um ambiente bem complicado, e foram três trocas de treinador só no Campeonato Brasileiro, o que desembocou na nossa má campanha. Só conseguimos ganhar o Campeonato Carioca naquele ano. Foi frustrante para todo mundo.

Feijão na passagem pelo Flamengo
Crédito: Janir Junior

Morador da Brasilgás, bairro pobre de Salvador, ele e dona Altamira, sua mãe, precisaram ralar muito. Venderam doce, água e cerveja nos pontos de ônibus para sobreviver e custear os treinos nas categorias de base do Bahia, seu time do coração. - Não dava para dar conta. Tinha que focar no meu sonho. Eu ajudava sempre em casa, minha mãe trabalhava no ponto de ônibus, e eu apoiava quando dava. Hoje, graças ao futebol, consegui tirá-la de lá. Mas não dava para trabalhar, meu foco foi mesmo o futebol. Agradeço ao futebol por todas as minhas conquistas. É muito complicado estudar, trabalhar e jogar bola. É muito difícil, principalmente quando você precisa dar o melhor para a sua família - lembrou, em entrevista ao ge.

Pais e irmãos de Feijão (Arroz e Macarrão) reunidos na humilde residência no bairro da Brasilgás
Crédito: Eric Luis Carvalho

Ele se formou no Tricolor e chamou atenção em 2013, na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Naquela edição, chegou a marcar o gol que eliminou o Corinthians na segunda fase e foi peça importante na campanha histórica da equipe até as semifinais. A joia foi lapidada logo após o término da Copinha para brilhar no profissional do Tricolor. A estreia de Feijão foi no dia 24 de março de 2013, contra o Juazeirense, pelo Campeonato Baiano. O técnico Jorginho colocou o volante de 18 anos por apenas um minuto, mas já foi um momento especial para toda a família e para a comunidade da Brasilgás. Foi uma emoção muito grande. Minha mãe e meu pai choraram por uns três dias. Meus irmãos sempre choravam e ficavam sem acreditar, assim como amigos e familiares. Ninguém acreditava que aquilo estava acontecendo, porque é tudo muito difícil.

Feijão comemora gol do Bahia contra Internacional, o milésimo do clube em Campeonato Brasileiro
Crédito: Romildo de Jesus / Agência Estado

Depois de rodar por Bahia e Flamengo, Feijão voltou para Salvador ainda em 2014 (tinha contrato até 2017). Ele atuou em 17 jogos antes de fazer o bate-volta no Atlético-GO no ano seguinte. Em 2016, o volante retornou ao Tricolor mais uma vez e ajudou o time na campanha de acesso para a Série A. Foi a temporada em que ele mais entrou em campo (42 partidas). O volante ainda marcou outras duas vezes com a camisa azul, vermelha e branca. Um dos gols foi de bicicleta, contra o CRB, e o outro contra o Vitória, time que ele já admitiu ter nojo no passado, mas hoje leva mais na esportiva. "Quando eu vejo o Vitória, me dá nojo". — Feijão, em outubro de 2013.

Feijão em ação pelo Bahia
Crédito: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia

Depois de fazer apenas cinco jogos pelo Cancão, o volante saiu do Brasil mais uma vez, agora com destino a Portugal para atuar no Moura. O clube é integrante da liga do distrito de Beja, que tem outros 11 times. O time de Feijão, inclusive, foi o campeão desta temporada. Mas acima de todas as conquistas, o volante está feliz e adaptado à realidade do país. - Pretendo permanecer aqui em Portugal, me sinto bem. Eu me identifico aqui, a cidade é tranquila e o pessoal do time também gosta de mim - disse o jogador, hoje aos 30 anos. "Estou sendo muito feliz aqui pelo clube. Consegui ganhar dois títulos importantes para o Moura". Contudo, Feijão não perde de vista a sua origem e projeta voltar ao time que o revelou para o mundo e carrega como paixão. Mas um dia espero voltar ao Bahia para me aposentar. Agora entrar no lugar desses caras aí do Grupo City eu não sei não, os caras são bons de bola e estão bem. Mas um dia eu penso em voltar ao Bahia e encerrar minha carreira, lá para os 35, 36 anos. Sonho com isso um dia". — Feijão

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