O Flamengo manifestou surpresa com a reação dos clubes afiliados à Libra após obter, na Justiça, uma decisão favorável que bloqueou a transferência de uma parte dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro ao consórcio. Segundo informações apuradas pelo Lance!, a diretoria do Flamengo considera que a discussão sobre a distribuição dos valores é válida, e acredita que a deliberação da Libra sobre o contrato com a Globo não foi aprovada por todos os associados de maneira unânime.
No entanto, internamente, o Flamengo não esconde sua surpresa com a intensidade das críticas, particularmente as provenientes do Palmeiras e de sua presidente, Leila Pereira. O clube carioca vê a judicialização como uma consequência natural da ausência de consenso entre os membros.
A liminar obtida pelo Flamengo foi concedida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e resultou no bloqueio de R$ 77 milhões, que representam uma porcentagem dos ganhos advindos do sistema de pay-per-view. O contrato em questão foi assinado entre a Libra e a emissora no início de 2024, com validade até 2029.
O Flamengo alega que foi prejudicado pelas regras de rateio estabelecidas no acordo, assinado na época pelo então presidente Rodolfo Landim. Desde que Luiz Eduardo Baptista assumiu a presidência em janeiro, ele tem adotado uma postura crítica em relação aos termos do contrato. Durante a sua campanha eleitoral, Bap já havia se comprometido a revisar a distribuição das cotas, apontando que os moldes estabelecidos pela gestão anterior não atendiam aos melhores interesses esportivos e financeiros do Flamengo.
Com isso, ele se tornou o principal responsável pela disputa para reavaliar os critérios de divisão dos recursos dentro da liga. A decisão judicial gerou uma reação imediata entre os clubes que fazem parte da Libra, que inclui Palmeiras, Bragantino, São Paulo, Santos, Atlético-MG, Bahia, Grêmio, Vitória, Remo, Paysandu, Volta Redonda, ABC, Guarani, Sampaio Corrêa, Brusque e o Flamengo. O descontentamento gerado pela medida foi manifestado por meio de notas oficiais, as quais classificaram a atitude de um dos membros como uma quebra de confiança.
Com a liminar ainda em vigor, os valores permanecem retidos até nova determinação judicial. Esse cenário trouxe mais tensão às negociações entre os clubes da Libra, expondo as divergências sobre os critérios de distribuição dos direitos de TV, um tema crucial para a consolidação da liga no futebol brasileiro.




Comentários do Facebook -