Jogo a Jogo: uma ponta da tabela diz à outra que nada é definitivo

27/9/2015 21:41

Jogo a Jogo: uma ponta da tabela diz à outra que nada é definitivo

Corinthians abre sete pontos do Atlético-MG e tem campanha com toda a cara de título, mas o Vasco está aí para lembrar que este é o campeonato das reviravoltas

Jogo a Jogo: uma ponta da tabela diz à outra que nada é definitivo
Corinthians abre sete pontos de vantagem na ponta (Foto: Cristiano Andujar / Ag. Estado)

O Corinthians, com 60 pontos, fechou a 28ª rodada do Brasileiro com pontuação superior à do Cruzeiro no mesmo período nas conquistas de 2013 e 2014 - 59 e 56, respectivamente. Desde 2006, quando o campeonato passou a ter 20 clubes, só o São Paulo de 2007 (62) e o Fluminense de 2012 (também 62) tinham campanha superior faltando dez jogos para terminar a disputa. A equipe de Tite, com a vitória de 3 a 1 sobre o Figueirense, abriu sete pontos sobre o Atlético-MG, que não conseguiu bater o Joinville, lanterna da competição. O título está, sim, encaminhado. Mas você apostaria todas suas moedas nisso?

Se sim, olhe para o outro lado da tabela. O Vasco, que meio mundo dava como rebaixado, tem a melhor campanha das últimas cinco rodadas - um empate e quatro vitórias, incluindo aí a virada no clássico contra o Flamengo neste domingo. Embalado, o time cruz-maltino já vê a salvação como uma possibilidade plausível. Afinal, este é o campeonato das reviravoltas, em que boa parte dos clubes experimentou extremos em suas caminhadas: casos de Grêmio, Santos, Flamengo, Sport, Atlético-PR, Ponte Preta, Fluminense e Sport.

Incerteza mesmo vive a última casa do G-4. O Palmeiras se manteve nela graças ao gol presenteado por Rogério Ceni a Robinho no fim do clássico, mas o Santos, com vitória sobre o Inter, também está firme na briga.

FLUMINENSE 2 X 0 GOIÁS

O jogo em 140 caracteres

Fair play ou não fair play? Felipe Macedo desistiu de jogada ao ver o rival Gerson caído, mas Marcos Junior não quis saber. Tumulto formado.

Nervosismo lá e cá. Foram nada menos que 82 passes errados, sendo 45 do Fluminense, que também cometeu mais faltas: 27 contra 15 do Goiás.

Ronaldinho Gaúcho começou como titular, mas teve atuação mais do que discreta. Errou mais do que acertou e, cansado, pediu por substituição.

Fred reencontrou o caminho do gol, e o FLUMINENSE, o da vitória. Não que haja uma relação entre os fatos, já que o Tricolor não jogou bem. O lado direito da defesa, com Jean improvisado na lateral, foi um convite ao Goiás - que perturbou ali. A cobertura deficiente ilustrou um time sem padrão – preço pago por estar no quarto técnico na temporada – e que recuou após os gols. Mas que venceu depois de oito rodadas e deu um chega para lá no Z-4. É o que importa no momento. A guerra continua na Vila Belmiro, e sem Fred.

A sorte sorriu para o GOIÁS, mas apenas ao fim da rodada. Em campo, não houve motivo para comemoração. Não somente pela derrota: principalmente pela atuação. Diante de um adversário em queda livre, o time mostrou a falta que sente de Felipe Menezes, vetado por dores musculares. Desorganizado, não soube aproveitar os espaços do lado direito da defesa tricolor e teve atuações atrapalhadas de Felipe Macedo e Zé Love. Mas os rivais lá de baixo perderam, e o Goiás segue fora do Z-4. Por muito pouco.

GRÊMIO 3 X 1 AVAÍ

O jogo em 140 caracteres

Giuliano, com a braçadeira de capitão, assumiu o papel também de liderança técnica do Grêmio. Fez dois gols e mandou no jogo.

O segundo gol do Grêmio foi exemplo de time entrosado. Começou com Erazo, na defesa, e dez segundos e cinco passes depois, gol de Giuliano.

André Lima, que marcou o primeiro gol da história da Arena, anotou para o Avaí e provocou o Inter, fazendo referência ao 5 a 0 do Gre-Nal.

Não foi nada surpreendente, mas o GRÊMIO voltou a ter a eficiência que o consagrou até agora no Brasileiro. Transição rápida da defesa para o ataque, intensidade na troca de passes e precisão deixaram o Tricolor à vontade contra o Avaí. A vitória ainda teve uma (provável) boa notícia: Maxi Rodríguez entrou bem e mostrou que pode ser opção para os demais jogos. O time de Roger se recupera da gangorra das últimas rodadas para se manter colado no Galo. Uma derrota poderia deixar a terceira posição ameaçada.

Uma derrota fora de casa para o Grêmio está na conta dos resultados aceitáveis. Mas o AVAÍ deu sinais de fraqueza, principalmente no primeiro tempo, que não estavam presentes na equipe que vencera três jogos seguidos. Cedeu muitos espaços e sucumbiu facilmente. Até evoluiu na segunda etapa, mas nada que ameaçasse. O time sempre sente a falta de Marquinhos, mas já deveria ter se adaptado à ausência frequente do veterano. Sorte que ele deve voltar no confronto direto com o Vasco.

SANTOS 3 X 1 INTER

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O Inter só saiu na frente porque Paulo Ricardo fez pênalti bobo em Juan. A virada fez justiça à superioridade santista em campo.

Dois dos quatro gols da partida ocorreram em lances de pênalti. Valdívia abriu para o Inter, e Gabriel marcou para o Santos.

Anderson, desta vez avançado, teve outra péssima atuação, consolidando-se como uma das piores contratações do futebol brasileiro em 2015.

Ver o SANTOS de hoje e pensar no Santos do começo do campeonato chega a ser irritante para a torcida. Bate uma sensação de tempo perdido - e a impressão de que essa equipe poderia ter ido mais longe no campeonato. O Peixe virou-se ao avesso com Dorival Júnior: de desorganizado e desinteressado, tornou-se um time compacto e vibrante - a ponto de sair atrás e fazer 3 a 1 em um concorrente direto por G-4. Tem bola de sobra para brigar por vaga na Libertadores.

Diego Aguirre foi demitido às vésperas do Gre-Nal, jogo que escancarou um INTER mergulhado em caos - herança, em parte, do próprio Aguirre. Chegou Argel para montar um time combativo, com três volantes, e ao menos tornar a equipe competitiva. Mas jamais deu um passo além disso. O Inter é careta, tímido no ataque - incompatível com os títulos recentes. O jogo contra o Santos foi mais um indício de que precisa ser mais ambicioso em seu comando em 2016 - com ou sem a improvável presença na Libertadores.

ATLÉTICO-PR 1 X 2 PONTE PRETA

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Fizeram a quadra, mas de formas opostas: quarta vitória consecutiva da Ponte Preta, quarta derrota seguida do Atlético-PR.

Biro Biro foi o nome do jogo. Fez dois gols: um de oportunismo, outro fazendo fila. E virou goleador da Ponte no Brasileiro, com seis gols.

O Atlético-PR teve 60% de posse de bola e tentou 17 finalizações, mas, afobado, não teve sucesso. Saiu vaiado pela torcida.

O ATLÉTICO-PR se desencontrou. Perdeu de tudo que é jeito nas últimas quatro rodadas: para time que luta contra o rebaixamento (Vasco), para time que briga lá em cima (Grêmio), para rival (Coritiba), para concorrente no meio da tabela (Ponte). Neste domingo, não teve Nikão e Walter, fundamentais ao time, mas a derrota não se explica pela ausência deles - a péssima sequência começou quando eles ainda não estavam lesionados. O Furacão tem a mesma distância para o Z-4 e o G-4 - e o rendimento bipolar explica isso.

Após início ruim, a PONTE PRETA deu tempo para Doriva encontrar o melhor caminho. E ele soube ler o elenco que tem em mãos. Percebeu as limitações e conseguiu explorar seus potenciais. Um ponto bem ilustrativo: nas quatro vitórias seguidas que tem no Brasileiro, a Ponte sempre teve menos posse de bola. A aposta foi na precisão. São cinco pontos de distância para o G-4, e é improvável que a equipe de Campinas chegue lá, mas já vale olhar com carinho para a recuperação do time.

SÃO PAULO 1 X 1 PALMEIRAS

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O São Paulo vencia até os 47 do segundo tempo, quando Rogério Ceni saiu jogando mal com os pés, lançou nos pés de Robinho e foi encoberto.

O lance lembrou outro golaço de cobertura de Robinho em Ceni, em março, do meio-campo, pelo Paulistão, em vitória de 3 a 0 do Palmeiras.

O São Paulo trocou o quarto pelo sexto lugar com o gol sofrido no fim. Teve mais posse (52%) e mais finalizações (12 a 9) no clássico.

Não se jogam dois pontos fora desse jeito em uma batalha tão complicada. O SÃO PAULO, longe de ser brilhante, se sobressaía contra o Palmeiras. Merecia a vitória (gol de Carlinhos). E aí Rogério Ceni falhou: ao dar a bola nos pés de Robinho, também deu ao rival a permanência no G-4. Uma análise racional indicaria que o Tricolor deve engolir a dor e seguir em frente, pois tem todas as condições de ir à Libertadores. Mas em um clube com tanto conflito interno, pedir racionalidade não é tão simples.

O Brasileirão dá toda a pinta de que decidirá em detalhes sua última vaga na Libertadores. E o PALMEIRAS pode ter recebido de Rogério Ceni o detalhe a seu favor. Caiu do céu o empate, e os jogadores, não por acaso, comemoraram como se fosse vitória. Mas a alegria não deve eclipsar a atuação tímida do time alviverde. Claro, era clássico, contra um time forte e na casa dele, mas o Palmeiras pode se impor mais. E, com tanta gente na briga por G-4, essa imposição será necessária.

FLAMENGO 1 X 2 VASCO

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O Vasco, chamado de "time da virada", virou pela primeira vez sobre um adversário no Campeonato Brasileiro. Gols de Rodrigo e Nenê.

Passe de Guerrero, gol de Sheik. O início de jogo deu a falsa impressão de que a dupla de ataque do Fla incomodaria - mas logo foi anulada.

Distância não é tudo no futebol: enquanto Leandrão perdeu um gol a centímetros da linha, Rodrigo fez um golaço da intermediária.

O FLAMENGO avassalador do início do segundo turno é apenas uma lembrança na cabeça do torcedor. São três derrotas seguidas, acompanhadas por motivos para preocupação. O time abriu o placar, mas cedeu a virada para o Vasco em quatro minutos. E depois não conseguiu pressionar o rival. Fisicamente, deu muitos sinais de cansaço dez minutos antes do fim do jogo, e mentalmente, a briga pelo G-4 se enfraquece, por mais que a diferença para o Palmeiras seja de apenas quatro pontos.

O VASCO, visto como virtual rebaixado há algumas rodadas, já começa a encarar a saída da zona de rebaixamento bem mais de perto. A diferença para o 16º colocado, que já foi de 12, agora é de cinco pontos, e há dois confrontos diretos nas próximas rodadas, contra Avaí e Chapecoense. Dentro de campo, o time é outro, mais atento e sem colecionar falhas infantis. Fica a sensação de que escapar da degola ainda é uma missão difícil, mas o momento psicológico se inverteu - e é bem favorável.

FIGUEIRENSE 1 X 3 CORINTHIANS

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O Corinthians chegou a 100 gols na temporada. Elias, Gil e Renato Augusto marcaram na vitória sobre o Figueirense.

Clayton, melhor jogador do Figueira, resume bem a má fase do time: teve duas boas chances, mas não conseguiu marcar.

No desespero, o Figueira teve cinco minutos e meio a mais de posse, mas não soube o que fazer com a bola - finalizou menos que o rival.

Não havia momento pior para o FIGUEIRENSE despencar. São oito jogos sem vencer, sete deles pelo Brasileiro, e a água já bate no pescoço. Mesmo que vença o Goiás fora de casa na próxima rodada, seguirá no Z-4 - por causa da diferença de saldo. E perder será uma tragédia. Embora consiga ter a bola, em um sinal mínimo de consciência, a produtividade é inofensiva. Este é um estágio do campeonato em que equipes do Z-4 costumam ensaiar uma arrancada, e o Figueira faz o contrário.

Time bem treinado distribui destaques ao longo do campeonato. O CORINTHIANS já teve Renato Augusto, Elias e o lesionado Luciano como expoentes, e agora é a vez de Jadson. Depois de fazer os dois gols da vitória sobre o Santos, ele deu duas assistências para gol contra o Figueirense. É a cara da reta final da caminhada corintiana em busca do título. Em Jadson, estão simbolizadas algumas das qualidades do Timão: talento, comprometimento tático e poder de decisão.

JOINVILLE 2 X 2 ATLÉTICO-MG

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Teve muita reclamação. O JEC pediu pênalti que não existiu, pois a bola não bateu no braço de Dátolo. No fim, a arbitragem acertou todas.

Thiago Ribeiro substituiu Lucas Pratto aos 34 da etapa final. Dois minutos depois, em seu primeiro toque na bola, marcou o segundo do Galo.

William Popp não foi tão rápido, mas apenas 10 minutos depois de sair do banco, balançou a rede e impediu a derrota do Joinville.

Perdido por um, perdido por mil. A situação do JOINVILLE é crítica, então de que adianta a cautela, ainda mais em casa? Desde o início, o time foi para frente, sufocou o adversário, principalmente no primeiro tempo, e terminou o jogo com três atacantes. Livrou-se da derrota por não desistir nunca, mas somente ousadia e doses maiores de transpiração não servem para salvá-lo do rebaixamento. Com a lanterna na mão, precisa de sequência de bons resultados - que parece improvável.

Empate com duplo sabor de derrota. O ATLÉTICO-MG esteve duas vezes à frente, viu a vitória passar rente à trave e ficou dois pontos mais distante do Corinthians. Merecia um final feliz pelo segundo tempo, explorando bem o buraco no lado esquerdo da defesa adversária, onde Luan deitou, rolou e quase fez o terceiro gol. Faltou sorte neste lance e no gol de empate do Joinville - afinal, como prever a bola sete na caçapa na forma do chutaço de William Popp? Mas para quem sempre acredita, a esperança é a última que morre.

CRUZEIRO 2 X 0 CORITIBA

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O lateral-direito Ceará acertou uma pancada de 102,9km/h, a 31,8m do gol, e colocou o Cruzeiro na frente no primeiro tempo.

O jogo teve momentos de violência. Paulo André foi expulso por acertar o rosto de Guilherme, e Juninho deu cotovelada em Fabiano.

O atacante Willian comprovou o ótimo momento com Mano Menezes: fez seu sétimo gol nos últimos seis jogos.

Dos times que flertam com o rebaixamento, o CRUZEIRO é quem menos dá sinais de que poderá cair. A vitória sobre o Coritiba mostrou uma equipe com alguma tranquilidade - algo que falta a times ameaçados. Mano Menezes melhorou a Raposa, que primeiro soube sair na frente, e depois teve capacidade para segurar o adversário com um jogador a menos (Paulo André, expulso) e ainda ampliar com Willian, de volta a seus melhores momentos. Cabe seguir atento, mas o pior susto já passou.

Se a arbitragem tivesse dado pênalti de Manoel, que tocou na bola com o braço aberto, o CORITIBA poderia ter saído do Mineirão com resultado melhor. Mas, independentemente disso, o Coxa perdeu a chance de somar pontos em BH. Ficou quase um tempo inteiro com um jogador a mais e não conseguiu buscar o empate. Falta qualidade técnica à equipe alviverde - e também um pouco de sorte, vide a bola que bateu na quina do travessão e as boas defesas de Fábio.

SPORT 3 X 0 CHAPECOENSE

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Paulo Roberto Falcão estreou no Brasileirão com vitória, e o Sport está a cinco pontos do G-4 - que frequentou no começo do campeonato.

Queda vertiginosa: a Chapecoense chegou a nove partidas sem vitória e segue no Z-4. O bom começo no Brasileirão já é uma realidade distante.

Diego Souza fez o primeiro gol e depois foi substituído por Régis, que marcou o terceiro. O segundo foi de Apodi, contra.

Depois de conviver com um desempenho abaixo do visto no início do campeonato, o SPORT venceu a Chapecoense com tranquilidade e imponência na estreia de Falcão. Os três pontos dão conforto na tabela - e a presença de um novo comandante pode reanimar o time. Ao mesmo tempo em que está longe da zona de rebaixamento, o Rubro-Negro pernambucano pode, matematicamente, sonhar com um lugarzinho no G-4, pois a diferença para o Palmeiras, quarto colocado, é de apenas cinco pontos.

A CHAPECOENSE somou apenas três pontos no segundo turno. Segue em queda livre. O time tentou atacar, mas ameaçou bem menos do que foi ameaçado durante a partida, e já não vence há nove rodadas no Brasileirão. Saiu de um lugar tranquilo na tabela para a zona de rebaixamento, e mesmo tendo produzido mais do que em outros jogos, o momento não parece ser dos mais propícios para uma reação. O ataque balançou a rede apenas três vezes no returno. É o principal problema para Guto Ferreira.

667 visitas - Fonte: Globoesporte


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