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Se há um garoto revelado recentemente nas categorias de base do Flamengo que tem de tudo para brilhar na carreira, esse alguém é Thomás Jaguaribe Bedinelli.
Hoje aos 23 anos, o meia-atacante, que joga por empréstimo no Joinville-SC, líder do segundo turno do Campeonato Catarinense de 2016 dois pontos à frente da Chapecoense, é "apadrinhado" por ninguém menos que Zico, maior ídolo da torcida rubro-negra.
Natural de Juiz de Fora-MG - apesar da letra 's' puxada, como se fosse um carioca -, Thomás iniciou a carreira ainda criança no CFZ, escolinha criada pelo próprio "Galinho de Quintino" para revelar jogadores ao futebol brasileiro. Lá, ele garante que 'pediu a bênção' ao ex-craque.
"Era pequeninho e minha mae me levava. Cheguei a falar com ele, tinha até uma foto com ele quando era pequeno. Com certeza o Zico é o maior ídolo do Flamengo, é um cara muito bacana, foi diretor do Flamengo quando estava na base e sempre pedi a benção pro Galinho né? (risos)", conta, em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br.
Apesar de ter a primeira oportunidade nas categorias de base do Fla, Thomás foi descoberto no rival do clube rubro-negro, o Botafogo. Após se destacar em uma partida justamente contra o hexacampeão brasileiro, ele chamou atenção e foi logo contratado, em 2007.
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Thomás em ação pelo Flamengo
"Eu cresci lá desde o mirim até o profissional e pude me destacar. Desde pequeno a gente sofre pressão por jogar no Flamengo, né, e fico muito feliz por eles terem me aberto as portas", comenta, orgulhoso das origens. "São 11 anos de Rio, mas sou mineiro, graças a Deus".
Após ser campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2011, tendo marcado cinco gols na competição - todos eles na mesma partida, contra o Gurupi-TO, na goleada por 7 a 1 -, o meia foi alçado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, com quem teve sua primeira oportunidade pelos profissionais, diante do Ceará, no empate em 1 a 1, no dia 23 de julho.
"Ele foi um dos dois técnicos mais impotantes para mim até hoje. Foi com quem mais aprendi e quem me subiu pro profissional. O outro é o Dorival Júnior, que é um cara nota mil, tanto dentro, como fora de campo, então a gente mantém contato até hoje. É sensacional, uma pessoa extraordinária", elogia.
No Fla, Thomás pôde dividir os campos de treinamento e as concentrações com jogadores como Léo Moura, Renato Abreu, Thiago Neves, Felipe e Ronaldinho Gaúcho, com quem ele fez amizade.
"Ele é um cara super bacana, super humilde, nada daquela estrela que a gente imagina. É gente boa e me deu muitos conselhos. Cresci vendo ele na TV, jogando com ele no vídeo game e jogar com ele foi muito legal", comemora.
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Meia jogou por empréstimo na Ponte Preta
Filho de engenheiro e dona de casa, o garoto é estudado e afirma que, desde pequeno teve tudo, sonhou em ser jogador de futebol, profissão a qual sempre obteve o crivo da família, inclusive de seus irmãos Bárbara e Leandro para seguir.
"Eu, graças a Deus, sou de uma família estável. Meus irmãos mais velhos me ajudaram muito, sempre estudei junto com o futebol, não fiz faculdade, mas terminei o ensino médio. Ainda quero fazer faculdade, porque acho importantíssimo. Eu ajudo em casa de vez em quando com algumas coisas, mas nunca precisei fazer outra coisa, porque eles sempre me deram tudo, sempre estiveram do meu lado e foram os maiores incentivadores da minha carreira", comenta.
Após a estreia pelo Flamengo, o clube entendeu que o melhor para sua carreira seria o empréstimo para a Siena-ITA, onde realizou 17 jogos e teve experiência internacional.
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Ex-Fla sendo apresentado no Seattle Sounders-EUA
"Lá na Itália, taticamente, é muito diferente. Aprendi muito com meu técnico e foi uma experiência bacana. Cresci como homem, como jogador de futebol e fiquei muito feliz com esse tempo no Siena", diz.
Outra empreitada de Thomás fora do Brasil foi nos Estados Unidos. Na "Terra do Tio Sam", o meia atuou pelo Seattle Sounders, no ano passado.
"O Seattle foi uma surpresa muito bacana, porque a estrutura é uma coisa que nunca tinha visto na vida. Joguei no Flamengo, na seleção e nunca tinha visto nada igual. A MLS vai ser uma das maiores do mundo. Para você ter uma ideia, o time que eu jogava tinha, em média, 47 mil torcedores por jogo. A torcida é muito apaixonada e espero voltar a jogar lá algum dia", analisa.
Lá, ele atuou ao lado de jogadores importantes e conhecidos mundialmente, como o americano Clint Dempsey, o paraguaio Nelson Haedo Valdez e o nigeriano Oba Oba Martins.
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Thomás atualmente joga pelo Joinville
"Ele foi o cara que me ajudou bastante no começo lá, porque ele falava italiano fluente e eu também, ai a gente conversava muito", comenta.
Apesar de jovem e dos muitos clubes na carreira, o jogador afirma que já pensou em desistir de seguir no futebol, mas que 'papos' com a família o fizeram mudar de ideia e repensar a decisão.
"A vida no futebol é muito difícil. As pessoas acham que é fácil, mas você fica longe da família, fica sozinho... Em alguns momentos você pensa se é realmente isso que gente quer para nossa vida. Pessoas te cobram por muitas coisas, acabam sendo injustas. Mas minha família sempre ficou do meu lado, me ajudou muito, meus amigos também, conversaram muito comigo, Sempre que pensei em desistir, eles conversaram comigo e eu sou apaixonado pelo futebol e quero fazer isso até ser velhinho", diz.
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