Cobiçado no futebol e com proposta do Flamengo, João Paulo Sampaio é considerado uma das principais engrenagens na transformação das categorias de base no Palmeiras. Vendeu R$ 1,8 bilhão em joias desde 2015, ano em que assumiu o cargo de coordenador, e não à toa o Verdão espera mantê-lo no posto. O dirigente informou a diretoria alviverde do interesse rubro-negro e ainda deve ter uma conversa com o português José Boto, principal cotado para assumir o departamento de futebol no clube carioca, enquanto a presidente Leila Peira já disse que espera por sua permanência. Contratado em 2015, João Paulo Sampaio se transferiu do Vitória para assumir o posto deixado vago por Erasmo Damiani, que iniciou a reformulação e saiu à seleção brasileira pouco depois. Naquele período, chegou com a missão de transformar o clube em referência na formação. Em menos de 10 anos, pode-se dizer que conseguiu. O coordenador, bombardeado com cerca de 20 a 30 vídeos por dia de gols e melhores momentos de jovens atletas, calcula ter gasto R$ 260 milhões e vendido R$ 1,8 bilhão em jogadores da base desde 2015. As últimas grandes negociações milionárias do futebol brasileiro, inclusive, foram de atletas revelados sob a gestão dele: Endrick ao Real Madrid e Estêvão ao Chelsea, em acordos que podem chegar a cerca de R$ 337 milhões e R$ 358 milhões.
As mudanças na base começaram na estrutura, com uma redistribuição dos departamentos e triplicando o número de profissionais trabalhando diretamente com o campo. Antes, eram quatro treinadores e dois captadores de novos atletas. Agora, o Palmeiras trabalha com 12 técnicos, no futsal e no campo, e oito captadores distribuídos em quatro das cinco regiões do Brasil: cinco no Sudeste - entre São Paulo capital e interior, Rio de Janeiro e Minas Gerais -, dois no Nordeste - no Recife e em Salvador - e um no Centro-Oeste, em Goiânia.
Uma das mais chamativas mudanças de estrutura aconteceu através do dirigente, durante a gestão de Leila Pereira: a reforma da Academia de Futebol 2, que é o centro de treinamento dedicado aos atletas da base e inaugurado no início deste ano. Localizado em Guarulhos, o CT tem três campos de grama, um sintético e um campo de barro, montado para incentivar a criatividade dos meninos e famoso por duas placas no alambrado que dizem "Proibido treinadores. Somente formadores" e "Espaço de liberdade, improviso e autonomia".
A utilização das Crias chama a atenção principalmente por Endrick e Estêvão, decisivos para as campanhas do Verdão nos Brasileiros de 2023 e 2024, mas há também nomes como o zagueiro Vitor Reis e uma marca de 301 jogos seguidos utilizando no time ao menos uma joia da base. A última vez que o Palmeiras entrou em campo sem utilizar nenhum atleta formado no clube foi no empate por 1 a 1 com o Grêmio, em 15 de janeiro de 2021, pelo Brasileiro de 2020 - que se estendeu pelo ano seguinte por conta da paralisação na pandemia da Covid-19. Todos os jogos das temporadas 2021, 2022 e 2023 tiveram presença de pratas da casa em campo.
Se considerar os utilizados desde 2020 - mesmo fora da sequência de 301 partidas -, ainda houve mais dois estreantes: o atacante Angulo e o meio-campista Alan.
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