Alagoanos Dida e Peu deixaram o CSA e marcaram época no Flamengo

10/7/2013 10:31

Alagoanos Dida e Peu deixaram o CSA e marcaram época no Flamengo

Jogadores ainda são lembrados pelos torcedores rubro-negros. Um foi ídolo de Zico e outro era o reserva do Galinho no time da década de 80

Alagoanos Dida e Peu deixaram o CSA e marcaram época no Flamengo
"A juventude é como diamantes ao sol, e diamantes são para sempre", e assim como os diamantes, os grandes ídolos do futebol também são eternos. As jogadas mágicas, a elegância nos dribles, a elasticidade nos movimentos sempre precisos, que, orquestrados por um talento incomum, se imortalizam na memória dos torcedores por décadas e décadas.

Pelé, Garrincha, Zico, Jairzinho, grandes jogadores que marcaram época. O Santos, o Botafogo, o Vasco tiveram seus grandes ídolos, o Flamengo também. Um deles nasceu em Alagoas, revelado pelo CSA, Evaldo Alves Santa Rosa, o Dida, tinha somente um sonho: jogar pelo Flamengo. Propostas não faltaram, mas o garoto franzino e risonho só pensava em vestir a camisa rubro-negra.

- Ele era como dizem no popular um flamenguista doente. Quando começou a jogar no CSA, em 1951, o Náutico e o Sport de Recife tentaram levá-lo, mas ele nunca quis sair daqui, ele sempre dizia: eu só saio de Maceió para ir para o Flamengo. Em 1954, houve um jogo da Seleção Alagoana com a Seleção da Paraíba, pelo Campeonato Brasileiro, e nesse jogo, Alagoas estava perdendo por 3 a 1, e o Dida fez os três gols finais, e Alagoas acabou vencendo por 4 a 3. Nisso, uns jogadores de voleibol do Flamengo estavam na cidade, e quando voltaram para o Rio de Janeiro, impressionados pelo futebol dele, fizeram a propaganda para o presidente Gilberto Cardoso, que fez um convite para que o Dida fosse treinar no Flamengo - contou o jornalista, historiador e diretor do Museu dos Esportes de Alagoas, Lauthenay Perdigão.

Grande estreia

Dida estreou no Flamengo com pé direito. Em seu primeiro jogo com a camisa rubro-negra, o time da Gávea venceu o Vasco por 2 a 1, quebrando um jejum de sete anos. E uma melhor de três mudaria o seu destino no futebol para sempre. Em um jogo decisivo do Campeonato Carioca, o alagoano marcou os quatro gols da vitória do Flamengo em cima do América. Daquele momento em diante, o centroavante se tornaria peça fundamental na equipe rubro-negra.

- Ele estreou contra o Vasco da Gama e venceu por 2 a 1. No último jogo da decisão do campeonato de 1955-1956, era o melhor de três com o América. No primeiro jogo, o Flamengo ganhou de 1 a 0, no segundo jogo o América ganhou de 5 a 1, só que no terceiro jogo o técnico resolveu colocar o Dida para jogar, e o Flamengo ganhou de 4 a 1, um grande jogo. O Flamengo foi tricampeão com os quatro gols do Dida, daí ele já despontava para ir para ir para Seleção - lembrou o historiador.

Com moral

Mostrando um futebol diferenciado, com classe e brilhantismo, Dida não despontou somente no time carioca, em 1956 ele foi convocato para atuar pela Seleção Brasileira, mas um exame médico o impederia de vestir a camisa verde e amarela. A oportunidade veio somente dois anos depois, quando finalmente, ele estaria apto para jogar. O jogador não pensou duas vezes, aceitou o convite e fez bonito na Seleção, chegando a ter Pelé como reserva.

- Ele era um jogador frágil, que se machucava com muita facilidade. Em 1956, depois do tricampeonato, ele foi convocado para a Seleção, mas não passou no exame médico. Em 1958 ele foi para Seleção e virou o titular da posição, era uma posição muito disputada entre ele e o Pelé, mas nos treinamentos sempre começava com o Dida jogando e o Pelé entrava no segundo tempo. Na Suécia, o Dida não conseguiu jogar a segunda partida, aí o Pelé entrou e não deu mais vez a ele.

Dida inspirou multidões e entre os seus fãs estava um garoto que anos mais tarde se tornaria o maior ídolo do Flamengo: Zico, que por muitas vezes, declarou que o alagoano era sua grande inspiração.

- A imprensa carioca e a torcida do Flamengo dizem que o Dida foi um dos cinco maiores ídolos da história do Flamengo. O Dida é o segundo artilheiro do Flamengo, perdendo só para o Zico, que sempre fez questão de anunciar que tinha na figura do Dida o seu grande ídolo - disse o historiador.

No Flamengo, Dida conquistou o tricampeonato carioca, e, na seleção, o Mundial de 1958. Mas ele não foi o único alagoano que brilhou com a camisa rubro-negra, Júlio dos Santos Ângelo, ou Peu, como ficou conhecido nacionalmene, também viveu os anos dourados da equipe carioca.

Com um espírito jovial e alegre, o menino do Mutange se destacava pelos toques precisos e pela excelência no domínio de bola com a camisa do CSA. Um jogador diferenciado, mas que sempre estava no banco; acabou ganhando o apelido de 'reserva de luxo'. Passou apenas quatro anos na Gávea, mas essas temporadas marcaram sua geração. Gago, era constatemente alvo de brincadeiras. O historiador Lauthenay lembra o momento em que Peu teve que escolher entre o bigode e a passagem para o Japão, para disputar o Mundial de Clubes.

- O Peu era uma figura interessante, como ele era gago, os jogadores do Flamengo, a torcida e a imprensa sempre brincavam com ele, mas ele era muito querido, porque era muito simpático, era fácil de fazer amizade, em diversas oportunidades os jogadores do Flamengo fizeram brincadeiras com ele. Quando ele foi para o Japão, para a decisão do Campeonato Mundial, para enfrentar o Liverpool, mandaram ele escolher ou o bigode ou a viagem, ele não pensou duas vezes, correu para tirar o bigode que tanto adorava. Só depois soube que era brincadeira - relembra.

Peu conseguiu todos os títulos com a camisa do Flamengo: o Campeonato Carioca, a Taça Libertadores da América, o Campeonato Brasileiro e o Mundial de Clubes. Dida faleceu em 2002, e Peu mora em Maceió, mas costuma viajar ao Rio de Janeiro para matar as saudades da Gávea. Com o Flamengo em Alagoas para jogar nesta quarta-feira contra o ASA, pela Copa do Brasil, os nomes dos dois jogadores vão ser lembrados com mais ênfase pela torcida rubro-negra.

2404 visitas - Fonte: Globo Esporte


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