O que a paixão por um time de futebol já te levou a fazer? O motorista de caminhão José Maurício dos Anjos, por exemplo, decidiu eternizar seu amor pelo Flamengo com uma tatuagem da camisa do time carioca em tamanho real. Para fechar quase toda a parte superior do corpo, o torcedor de 33 anos de idade fez parcerias, contou com amigos e ganhou o desenho avaliado em R$ 15 mil.
Morador da cidade de Joinville, no norte de Santa Catarina, Maurício contou ao UOL Esporte como teve a ideia de fazer a tatuagem. Apaixonado pelo Flamengo desde criança, o motorista de caminhão sonhava em desenhar a camisa no corpo desde os 14 anos de idade, mas ninguém o levou a sério.
“Eu sempre tive a ideia de fazer. Então eu tive essa oportunidade e comecei essa camisa. No momento todo mundo ficou surpreso. Eu comentava que ia fazer, ninguém acreditava ou dava muita bola. Perguntaram se eu estava ciente mesmo de que era o que eu queria mesmo. Meus pais, por exemplo, não eram a favor de tatuagem, mas já sabem como funciona o mundo de hoje. Já estão mais esclarecidos. Só acreditaram quando comecei mesmo“, declarou Maurício ao UOL.
Loucura? Muitas pessoas julgaram a atitude de Maurício por fazer um desenho que cobre quase que completamente a parte superior do corpo de forma permanente. Apesar disso, o torcedor flamenguista diz que sua tatuagem se encaixa nas mesmas proporções de quem faz inúmeras tatuagens pelo corpo.
“É realmente bem diferente. É de um clube, futebol. Futebol é mundialmente falado no mundo todo. Muitas pessoas têm mais tatuagens e acabam com o corpo inteiro tatuado e ninguém critica tanto. Só porque é de futebol ficaram falando bastante“, disse o motorista de caminhão, que ficou surpreso com a repercussão mundial.
Foto: Arquivo Pessoal
“No começo quando fiz os primeiros traços foi como soltar uma bomba no mundo. Tenho feito em média de três a quatro entrevistas por dia. Tenho até fãs que pedem para mandar vídeos, áudios para a família. Um monte de gente se tornou meu fã, nunca imaginei que ia passar por isso. Dar autógrafo, falarem que eu sou ídolo. Muito inédito“, contou o torcedor flamenguista.
90 horas de sessões em um ano de sacrifícios. Esse foi o tempo do procedimento de realização da tatuagem de Maurício. O torcedor iniciou com um tatuador que não cobrou pelo serviço e, depois, finalizou com outro por questões pessoais. A partir daí, um amigo do catarinense que arcou com os gastos.
“Doeu, foi bem dolorido. O processo foi bem trabalhoso. É uma sensação de queimadura. Depois que seca, começa a coçar… Mas aguentei todas as etapas que tinha que aguentar e deu tudo certo“, explicou.
Responsável pela finalização do desenho, o tatuador Sandro Chaves, mais conhecido como Maga Tattoo, nunca tinha feito um trabalho como esse. Segundo o profissional que atua na área há 28 anos, a camisa do Fla em tamanho real foi um dos projetos mais excêntricos que já realizou.
“Foi um trabalho diferente e inusitado, levou muitas horas para ser feito. E, como não fui eu que iniciei, tive mais trabalho. Mas fiquei feliz em terminar e fazer parte do sonho do Maurício“, contou Maga ao UOL Esporte. O tatuador também declarou que não pretende fazer outros desenhos como esse.
A camisa em forma de tatuagem ainda leva o número 10 nas costas. Maurício explicou o motivo: “Antes não ia colocar nenhum tipo de número. Mas decidi homenagear uma pessoa nesse manto sagrado que fiz. O 10 foi em homenagem ao Zico“.
O motorista de caminhão não teme que a tatuagem possa atrapalhar seu futuro profissional. Segundo ele, o desenho mal aparece quando ele está vestido. “Não temo que feche porta para empregos. Não tenho esse receio. Tem muita empresa preconceituosa. Mas pela minha tatuagem não tem tanto problema, eu estarei uniformizado, agora estou de camisa e ela não aparece. Talvez só aparece um pouco da manga no braço“, declarou.
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