Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
Em oscilação no Brasileiro e sob risco na Libertadores, o Flamengo vê a meta de conquistar os três títulos do semestre ameaçada por um obstáculo que tentou evitar ao longo do ano. Apesar dos esforços — e recursos — investidos para reforçar o elenco, o Rubro-negro tem sofrido de dependência em relação à equipe titular. Um sintoma que desafia o técnico Maurício Barbieri e ameaça a estratégia de poupar os atletas mais desgastados.
No pós-Copa, o Flamengo só entrou em campo quatro vezes com sua força máxima. Foram duas vitórias e dois empates. É bom frisar que nem sempre que jogou desfalcado o time perdeu. Mas todas as derrotas ocorreram com uma ou mais ausências entre os titulares. Nenhuma parece ter sido tão sentida quanto as dos meias Paquetá e Diego e do zagueiro Réver.
No primeira revés, para o São Paulo (1 a 0), pelo Brasileiro, Cuéllar não estava em campo. Seu substituto foi Romulo. Já no tropeço para o Grêmio (2 a 0), pelo mesmo campeonato, a estratégia de poupar Réver, Léo Duarte e Diego deu errado.
Contra o Cruzeiro (2 a 0), pela Libertadores, Paquetá foi o único desfalque. Mas foi o suficiente para o time perder o equilíbrio. Contra o Atlético-PR, o Flamengo jogou sem Diego Alves e, novamente, sem Réver e Diego. Foi presa fácil (3 a 0).
Em todas as posições Barbieri dispõe de ao menos uma opção. O problema pode não passar pela falta de qualidade dos reservas, mas pela falta de ritmo para assimilar o que se espera deles.
— Vivi isso no meu primeiro ano aqui. É natural o cara que não vem jogando sentir a falta de ritmo. Mas o Flamengo tem um elenco qualificado para o treinador poder tomar a decisão de poupar — opinou o volante Cuéllar.
Testes ajudam na decisão de poupar
A decisão sobre quem será poupado é tomada com base no estado do atleta. Descansa aquele que estiver mais suscetível a lesão, o que é descoberto com o auxílio de uma série de avaliações. A mais famosa é a do CK, que mostra a quantidade de creatina kinaze no sangue. A enzima revela o grau de desgaste.
No Flamengo, há ainda a avaliação fluídica (detecta a falta de líquidos no corpo), a neural (dos neurotransmissores, avalia a velocidade dos movimentos) e até a mental, com o auxílio de psicólogo.
— O desgaste varia conforme idade, característica do jogador, posição em que joga, individualidade biológica dele... Tudo interfere. Por isso é importante fazer as avaliações no longo prazo. Podemos conhecer cada vez mais o corpo deles — explica o coordenador científico do clube Daniel Gonçalves.
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