Flamengo e Jorge Jesus estão cientes de que o acordo financeiro para a renovação do contrato do treinador vai demorar. E as conversas prometem se arrastar até maio, quando termina o atual vínculo, ao menos na visão do clube, que começou a negociar para valer após saber da pedida salarial do português, de cerca de 7 milhões de euros líquidos por ano.
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Depois da vitória sobre o Barcelona (EQU), tanto o Flamengo como Jorge Jesus se posicionaram, e indicaram justamente que a novela deve ter mais alguns capítulos até que o final feliz se aproxime.
- Minha situação está sendo resolvida com meu advogado, pelas duas partes. Penso que com o tempo, não sei quando, será resolvido - afirmou Jesus, que não estava totalmente confortável para tratar sobre a permanência como em outras ocasiões.
Na zona mista, o vice de futebol Marcos Braz apareceu para enfim sinalizar preocupação. Parecido com o que aconteceu na negociação pela compra de Gabigol. Desta vez, porém, o dirigente não colocou pressão em Jesus, mas indicou que o clube fará o que estiver ao seu alcance em relação a parte financeira.
- Ele está satisfeito com elenco, com o clube, só falta a parte financeira. Na hora certa vamos conseguir dirimir, não vamos ter muito problema. Agora, me preocupa? Evidente que me preocupa. Mas está dento do tempo aceitável. Tem três meses pela frente. Dentro do possível, vamos fazer o que pudermos para ele continuar mais um período com a gente - declarou Braz.
Gelo no sangue
Embora tenha noção que o treinador recebeu ofertas superiores ao que pede ao Flamengo, o clube não quer estourar o seu orçamento, e começará a "escalar a montanha" com calma. Tudo dependerá também de possíveis concorrentes europeus, e o Benfica é um deles.
Em seu último contrato em Portugal, Jesus recebeu 8 milhões de euros brutos por temporada. Na Arábia Saudita, retirava o mesmo valor, mas líquido, e recusou renovação com aumento generoso de salário.
No entendimento do Mister, o novo contrato com o Flamengo na verdade o colocaria em seu nível normal de custo, já que o primeira acordo ainda tinha um viés de experiência, em função do trabalho inaugural no Brasil, com total sucesso. Além disso, os títulos que podem se repetir pagariam quase todo o custo.
Na visão do Flamengo, os números não assustam, pois os dirigentes têm noção da valorização do treinador, mas buscam uma estratégia para amortizar o custo. Uma das ideias é tentar renovar com o gatilho cambial de dezembro, ou seja, fixar um valor do euro sem levar em conta a sua valorização de quase 25% no período.
Vale lembrar que havia no contrato atual uma opção de rescisão sem custos par os dois lados no último mês de 2019. Nenhuma das partes exerceu a cláusula. O que demonstra boa vontade e confiança mútua.
O clube também pretende trabalhar melhor as premiações, ampliando para mais competições e elevando o valor final que Jesus terá direito. No ano passado, o técnico recebeu R$ 9 milhões por dois títulos. E, claro, ainda será discutido formalmente o tempo de contrato, que pode sofrer interferência em função dos valores.
Tudo isso está sendo tratado pelo vice de futebol Marcos Braz, que não abre mão da renovação de Jesus. Ao lado dele, o diretor executivo Bruno Spindel trata de valores com o agente Bruno Macedo, que está de volta ao Brasil para retomar as reuniões que prometem durar mais algumas semanas para que se chegue a um denominador comum. O atual vínculo vence em maio.
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Três milhões por mês. É para toda comissão técnica ou só prá ele. Se for só prá ele quem paga a comissão técnica?