O jogo Flamengo x Peñarol desta quinta-feira, às 19h (de Brasília) no Maracanã, pelas quartas de final da Libertadores, vai ter sabor especial para Arrascaeta. O uruguaio reencontrará nesta noite o seu time do coração da infância e que na sua carreira tem sido uma pedra no sapato. Natural de Nuevo Berlín, pequena cidade de 2.500 habitantes a 400 km da capital Montevidéu, Arrascaeta nunca escondeu sua paixão pelo clube aurinegro. Quando criança, vivia uniformizado e jogava bola com uma chuteira amarela em homenagem ao clube. Em recente postagem no Instagram, disse que seu ídolo na infância era um jogador do Peñarol chamado Pacheco.
- Desde criança sempre fui muito apaixonado pelo clube, então gostaria de jogar lá. Mas também tenho muito carinho pelo Defensor, clube que me revelou e ajudou muito na minha carreira - declarou o meia ao Globo Esporte em entrevista em 2019.
Por ter sido criado distante da capital, Arrascaeta nunca foi ao estádio ver um jogo do Peñarol. Mas na carreira já cruzou o caminho do clube algumas vezes. E logo na primeira saiu vitorioso: ele tinha só 18 anos e foi titular do Defensor Sporting no triunfo por 1 a 0 em partida da 10ª rodada do Campeonato Uruguaio de 2012/2013. Porém, dali em diante os reencontros não reservaram boas recordações para ele. Naquele mesmo ano, os dois times decidiram o título de campeão nacional, e o Peñarol levou a melhor por 3 a 1. Após o vice, Arrascaeta teve duas chances de revanche pelo Defensor Sporting no campeonato do ano seguinte, mas amargou dois empates: um por 1 a 1 e outro por 2 a 2. E em nenhum desses confrontos teve gol do meia. Cinco anos mais tarde, Arrascaeta voltou a cruzar o caminho do clube do coração, desta vez vestindo a camisa do Flamengo (os dois times estavam no mesmo grupo na Libertadores). Mas no jogo no Maracanã ele não saiu do banco, mesmo tendo sido o herói do título da Taça Rio na partida anterior contra o Vasco (na época, o meia era reserva com o técnico Abel Braga). No returno em Montevidéu, Arrascaeta foi titular e jogou 79 minutos. O Flamengo não saiu do 0 a 0, mas o empate serviu para o Rubro-Negro conseguir a classificação às oitavas de final (naquele ano, o time da Gávea bateu campeão sob o comando de Jorge Jesus).
Garçom do time na temporada com 10 assistências, além de oito gols, Arrascaeta tentará brilhar pela primeira vez contra o Peñarol e ajudar o Flamengo a abrir vantagem para decidir a classificação para a semifinal no Uruguai semana que vem. E se ele estufar a rede, será que vai comemorar?
Arrascaeta nunca jogou pelo Peñarol, mas outro membro da "república uruguaia" do Flamengo já: Varela. O lateral-direito foi formado nas categorias de base dos carboneros e esteve no profissional entre 2011 e 2013, antes de se transferir para o time sub-21 do Manchester United, da Inglaterra, e voltou em 2017 e 2018. Nesta quinta, ele deve ser titular e vai enfrentar pela primeira vez o ex-clube. De la Cruz, por sua vez, nunca defendeu as cores amarela e preta, mas tem um laço familiar com o Peñarol. Seu irmão mais velho, Carlos Sánchez (aquele mesmo, ex-Santos) jogou pelo clube na temporada passada, aos 38 anos. Atualmente, o volante atua pelo Uruguay Montevideo, time sediado na capital que disputa a Terceira Divisão do país.
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