Á um combo de razões para a crise técnica sem precedentes do Flamengo na temporada. Uma enxurrada de lesões de jogadores essenciais que estão fora de combate. O surto existencial de Gabigol. A volta de recém recuperados de lesão com performance técnica muito abaixo do padrão. E, não menos importante, a demora de Tite em encontrar a química ideal do seu jeito de fazer futebol com o jeito de ser do Flamengo. Para decidir vaga com o Peñarol, o treinador teve que contar com uma improvável afirmação de um centroavante insuficiente para as pretensões do Flamengo. Esperar que Carlinhos resolva sua vida é desolador. O time uruguaio foi superior em todos os quesitos do jogo. Taticamente, Aguirre superou Tite com sobras. A despeito de ser vitimado por perdas devastadoras como de Cebolinha, Pedro e Michael, o melhor treinador do país vem se atrapalhando ao lidar com um contexto diferente de tudo que já viveu. O Flamengo é mundo à parte e Tite ainda não conseguiu se enquadrar neste mundo. O jogo no Maracanã terminou com mais de 60 mil flamenguistas despejando em xingamentos o absoluto estranhamento deles, flamenguistas, com o técnico gaúcho. O resultado é reversível em Montevidéu, mas Tite terá que reviver seus melhores momentos de discernimento e superação na carreira para desfazer esta imagem de inadequação que parece tão evidente entre ele e o Flamengo.
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