Ex-vice-presidente geral do Flamengo e candidato derrotado à presidência do clube na eleição de 2024, Rodrigo Dunshee foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de calúnia e difamação contra Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Rubro-Negro. Dunshee foi indiciado porque a polícia concluiu que há indícios suficientes de que o dirigente é o autor de postagens em um perfil falso na rede social X (ex-Twitter) com ataques a Bandeira. O ex-VP rubro-negra nega ter feito a postagem e diz ser alvo de "perseguição política" Rodrigo Dunshee é suspeito de infringir os artigos 138 e 139 do Código Penal, com agravante determinado pelo artigo 141, que prevê o aumento da pena em um terço em determinadas circunstâncias, entre elas crime de injúria ou difamação cometido ou divulgado em redes sociais.
O inquérito foi conduzido pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, e o colunista Lauro Jardim, do Globo, publicou inicialmente a informação, confirmada pelo ge. - Estou satisfeito com o trabalho realizado pela Polícia até aqui e espero que isso contribua para frear a disseminação de ódio e mentiras. Vale lembrar que não fui o único a ser atacado de forma criminosa e covarde por esse perfil, e a provável identificação do responsável é um avanço significativo. Agora, é confiar na Justiça para que tudo seja devidamente esclarecido e responsabilizado - declarou o Eduardo Bandeira de Mello ao ge.
Dunshee também comentou o indiciamento ao ge e afirmou não ser o responsável pela postagem. - Meu advogado não teve acesso a essa informação e essa investigação tramita em segredo de justiça. A despeito disso, não sou autor da tal postagem. Ademais, essa postagem trata de um fato atípico que não configura ofensa, pois a pessoa citada, de fato, foi acusada pela justiça e apenas não foi a julgamento pela prescrição da pena, por ter completado 70 anos. Na verdade, tudo não passa de uma perseguição política. Sou Grande-benemérito do Flamengo. Trabalhei uma vida inteira pelo pelo clube. Livramos o clube da dívida milionária do Banco Central, trabalhei exaustivamente para trazer o Maracanã pro CRF, defendi o Flamengo em mil outros assuntos, com muito amor e eficiência, acima de mim, às vezes prejudicando até a família. Esse assunto é uma grande maldade de pessoas a quem minha trajetória incomoda. Tem dois anos que ficam falando isso para me prejudicar. A eleição acabou. Vamos seguir com a vida.
O advogado de Dunshee, Ricardo Pieri, afirma que está havendo perseguição e abuso de autoridade policial, e que o processo corre em segredo de justiça e, por isso, não deveria estar sendo divulgado. Ele esclarece ainda que ser indiciado não significa que o dirigente será processado ou julgado. - Essa investigação está tramitando há dois anos, quebrou o sigilo de milhares de contas para tentar chegar ao Rodrigo e até agora não conseguiram começar um processo porque não há nada contra ele. O ato de indiciamento não significa que ele está sendo processado, ainda longe disso. O X já informou que não tem informações porque não dispõe da porta lógica (solução tecnológica que permite identificar um usuário da internet). Tentaram através do IP da academia que o Rodrigo frequenta. Está havendo prática de abuso de autoridade policial, delitos graves para tentar perseguir o Rodrigo e prejudicar a vida dele como Grande Benemérito. É abuso e será combatido.
Segundo informações obtidas pelo ge, a polícia civil chegou ao nome de Dunshee depois de uma série de suspeitos analisados. Mais de 3 mil pessoas foram envolvidas no inquérito. Como explicou a jornalista Gabriela Moreira em seu blog no ge, o caso começou em abril de 2023, quando um perfil falso do X/Twitter no nome de Roberto Dodien atacou alguns opositores de Rodolfo Landim, então presidente do Flamengo, e torcedores que faziam críticas à diretoria. O ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello e o advogado Walter Monteiro, que concorreu à eleição no clube em 2021, eram os alvos principais da conta. Em um dos posts, o perfil de Roberto Dodien ataca Bandeira de Mello referindo-se à tragédia dos Garotos do Ninho, mortos em um incêndio no CT do Flamengo.
O indiciamento é uma das etapas do processo de investigação. Se Dunshee for denunciado e julgado, o caso vai para a Justiça Criminal. Caso seja condenado por calúnia, pode pegar seis meses a dois anos de detenção e pagar uma multa; por difamação, seriam mais de três meses a um ano de prisão, e nova multa.
O delegado só imputou a ele os crimes de calúnia e difamação, mas a defesa de Bandeira também pretende ingressar com a queixa-crime do crime de injúria, que pode acrescentar mais seis meses à pena. De acordo com o artigo 141 do Código Penal, parágrafo 2°, quando os crimes são praticados em redes sociais essa pena é aplicada em triplo. Com isso, a pena, em caso de condenação futura, pode ser de até 9 anos - ou 10 anos e seis meses se a denúncia de injúria for aceita.
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