Com Luiz Eduardo Baptista, o Bap, eleito novo presidente do clube, o Flamengo vai em busca de mudanças no futebol. Atrás de um modelo profissional, com um executivo de mercado, o nome escolhido deve vir da Europa. Trata-se do português José Boto, com passagens por Benfica e Shakhtar Donetsk e que está atualmente no Osijek, da Croácia. Admirador do futebol sul-americano, ele trabalhou com diversos brasileiros na carreira. Além disso, o dirigente teve o trabalho nas categorias de base como um dos pilares de sua passagem pelo Benfica, revelando nomes que explodiram no futebol mundial, como Bernardo Silva, hoje astro do Manchester City. O ESPN.com.br separou algumas histórias da carreira do português para que a torcida do Flamengo conheça mais sobre o dirigente que está perto de ser anunciado como o homem forte do futebol em 2025.
Olhar estratégico no mercado Durante o trabalho no Benfica, Boto viu seu olhar voltado para o futebol sul-americano colher frutos: o zagueiro David Luiz, o volante Ramires e o meia-atacante Ángel Di María, que mais tarde brilhariam na Europa, foram contratações que passaram pelas mãos do dirigente. Depois de dez temporadas no Benfica, Boto assumiu a função de diretor de scout e esportivo do Shakhtar Donetsk. Na Ucrânia, continuou com o olhar para o futebol brasileiro e participou das contratações de Marcos Antônio e Mateus Tetê antes mesmo de estrearem profissionalmente no Athletico-PR e no Grêmio, respectivamente.
Cotado no Flamengo, José Boto revelou como enxerga jogadores brasileiros e diz que precisa descobri-los 'cada vez mais cedo' José Boto foi o convidado do Bola da Vez em 2020 "O brasileiro é muito completo, no ponto de vista técnico, de intuição. Acho que é um jogador que entende perfeitamente o jogo e aquilo que precisa fazer no jogo", exaltou Boto, em entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN, em 2020. "O que falta é intensidade quando se joga na Europa. E intensidade não é correr muito, é a velocidade que se joga e a velocidade que se tem para pensar. É nisso que a gente insiste para que eles melhorem. Porque todo o resto o jogador brasileiro tem", disse Boto.
Prioridade para a base Nesta passagem pelo Benfica, Boto fez o clube português trabalhar com ainda mais carinho com sua base. Além de ser um clube que monitora jovens valores de outros mercados para faturar alto em vendas para times do primeiro escalão da Europa, o Benfica passou a revelar mais nomes. Boto participou do processo de transição de garotos como João Cancelo, João Félix e Bernardo Silva da base para o time de cima, antes de se tornarem estrelas mundiais. Além disso, Boto buscou contratações de atletas antes de fazerem 18 anos. Foi assim que conheceu Philippe Coutinho, então com 16 anos e sensação nas categorias de base do Vasco. Mas essa procura rendeu uma história curiosa. “Sugeri o Philippe Coutinho ao Benfica. Ele tinha 16 anos, mas não consegui convencer o presidente. Disse a ele: ‘Compre este jogador, é top’. Mas ele respondeu: ‘Não, você está sendo estúpido. Não sabe o que está dizendo. O rapaz só tem 16 anos’”, contou Boto em entrevista ao portal Footbal Hub, da Ucrânia, em 2018.
Ele conta que teve outro caso em que sugeriu e recebeu negativa. “Também tinha outro jogador que custava na época 3 milhões de euros. Sei que pagar esse valor por um jovem é complicado, mas era o Dembélé, mas Vieira não quis”.
'Perdeu' sensação da Europa Quando trabalhou no PAOK, da Grécia, Boto teve a chance de contratar Viktor Gyokeres, agora atacante do Sporting e um dos destaques do futebol europeu. O 'novo Ibra' foi oferecido em 2022, mas Boto não conseguiu convencer a diretoria do PAOK a contratá-lo. Segundo o dirigente, o presidente do clube não acreditava no sucesso. "Ele foi oferecido porque no Coventry não o viam com bons olhos. Não sei se teria essa influência em outra equipe. Mas que ele sozinho consegue trazer coisas que o Sporting nunca teve, isso é verdade. Tem muita qualidade". Gyokeres hoje é um dos jogadores mais cobiçados do futebol europeu. A imprensa catalã coloca o jogador na mira do Barcelona, em um negócio que pode chegar a 70 milhões de euros, algo em torno de R$ 441 milhões.
Rebateu críticas de torcida a jogador Boto também não costuma ficar em cima do muro. O dirigente já rebateu críticas da torcida, no caso a do Benfica. Na época, o goleiro Anatoliy Trubin acabou sendo muito criticado pela torcida após seguidas falhas pelo time português. E Boto pediu paciência aos torcedores com o jogador. "Foi mais um azar do que um erro. A bola bateu no seu pé e entrou entre as pernas. Precisam ter paciência, ele é um dos goleiros do mundo", disse Boto em uma das entrevistas.
Já foi alvo de Mourinho José Boto quase trabalhou com José Mourinho no Manchester United. Isso foi em novembro de 2017. Após seu trabalho de sucesso no Benfica, o dirigente acabou entrando na mira de diversos clubes. Um dele era o time inglês. Por lá, ele iria encontrar o compatriota José Mourinho, que pediu sua contratação. No entanto, o negócio não avançou. Boto acabou na temporada seguinte sendo contratado pelo Shakhtar, onde foi multicampeão na Ucrânia.
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