Mário Jorge comemora vitória do Flamengo contra o Audax — Foto: Alexandre Durão
Se o time profissional do Flamengo já viveu grandes emoções nesse início de 2023, a temporada da base está apenas começando. Depois das férias, o sub-20 voltou a disputar partidas oficiais em março, e o comandante da categoria, Mário Jorge, chega com outra bagagem.
O treinador do sub-20 dirigiu o Flamengo em duas partidas no Campeonato Carioca de profissionais. A primeira foi na estreia, contra o Audax. O Fla venceu com gol de Matheus França. O outro foi o empate por 1 a 1 com o Bangu, pela quarta rodada.
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É verdade que em ambos os confrontos Mário levou times majoritariamente formados por jovens, mas houve reforços da categoria profissional. Diante do Audax, Noga, Matheus França, Victor Hugo e Mateusão jogaram. Contra o Bangu, porém, houve uma situação especial: Rodrigo Caio voltava a atuar após seis meses.
- Foi, sim, um início especial. Fazer a estreia nos profissionais no Maracanã e ainda contra o clube onde iniciei minha carreira como treinador. Nesse primeiro momento só tínhamos o Noga e o André com idade profissional. Os outros meninos eram todos do sub-20 (França, Mateusão e Victor Hugo já integravam o elenco profissional). Foi um momento único que ficará marcado para sempre na minha vida e acredito que na vida da minha esposa (Andrea) e da minha mãe(Tereza) também. Elas acompanham essa luta desde cedo.
- Encaro essa experiência como muito saudável para a sequência do trabalho no sub-20. Principalmente para os meninos. Eles pegaram um jogo difícil, uma equipe com um bom padrão de jogo e uma torcida de quase 30 mil pessoas. Acho que nós nos comportamos bem e ainda conseguimos sair com a vitória. Já no segundo jogo, além de Noga e André, tivemos a volta do Rodrigo Caio.
Mário fez questão de ressaltar o quanto a presença de Rodrigo Caio foi importante para a garotada no empate com o Bangu. No jogo em questão, aliás, Lorran, de 16 anos, tornou-se o rubro-negro mais jovem a marcar entre os profissionais.
- E vale ressaltar a postura dele perante os meninos. Ele é um cara especial, um grande líder. Pegamos uma equipe muito bem treinada pelo Felipe, o Bangu, que nos impôs muita dificuldade. Sair perdendo foi um fator complicado pois, com time jovem e aquela pressão, eu não sabia como eles iriam reagir. Mas nosso segundo tempo foi ainda melhor, conseguimos empatar o jogo e por pouco não vencemos. Saí muito satisfeito com o desempenho dos meninos e por ter participado desse jogo do retorno do Rodrigo Caio.
Sobre o início da temporada da base, o Flamengo estreou no Campeonato Brasileiro com dura derrota. No último dia 3, os comandados de Mário Jorge foram goleados por 4 a 0 para o Corinthians.
- A estreia realmente foi terrível. O Corinthians em 33 minutos já havia assegurado o placar. Fizeram por merecer, nos três primeiros ataque à nossa baliza já haviam feito três gols, fechando o primeiro tempo com 4 a 0 no placar. Reagir nessas condições é muito difícil. Nosso intervalo foi para tentar diminuir o dano e buscar o placar. Não conseguimos, mas melhoramos a performance com relação ao primeiro tempo.
Na sequência, o Flamengo se recuperou com goleada por 7 a 0 sobre o Boavista, na estreia do estadual, e recuperou-se no Brasileiro com vitória por 1 a 0 no clássico contra o Fluminense.
Mário Jorge fala sobre esses dois jogos e outros temas no bate-papo abaixo:
A estreia não foi boa, mas depois o time reagiu bem goleando Boavista (7 a 0), pelo Carioca, e vencendo o Fluminense (1 a 0), pelo Carioca. Como esse time entra para esse novo calendário?
- Na estreia no estadual, o resultado foi ótimo para ganhar confiança. Conseguimos fazer um jogo mais equilibrado e evoluímos nas questões defensivas. No jogo do Fluminense, tínhamos apreensão de ser o primeiro clássico da temporada, e era a busca da recuperação no Brasileiro. Conseguimos a vitória contra um grande adversário que vai brigar por uma vaga entre os classificados. O calendário do futebol de base tem demostrado evolução, tem melhorado principalmente no sub-20 e no sub-17. O que me preocupa é o pouco tempo para treinar e continuar o desenvolvimento dos atletas. Pois, com esse acúmulo de jogos e competições, os meninos acabam recuperando e jogando.
Como está vendo a transição dos atletas que você treina desde crianças, como Matheus França, Victor Hugo, Matheus Gonçalves e o Mateusão, esse último ainda com dificuldades de adaptação?
- Encaro com naturalidade, são meninos muito talentosos e foram criados dentro clube. E estão tendo suas respectivas oportunidades no seu devido tempo. Exemplo do ano passado: no começo da Copa São Paulo, o Victor Hugo era reserva da equipe, e no final do ano estava entrando na final da Libertadores. Então vejo com naturalidade essa subida e também essa oscilação. Importante que tenhamos calma com os meninos, pois são jovens, e cada um terá um tempo de adaptação diferente. Isso representa oscilação de performance. Mas uma coisa temos certeza: eles são talentosos e vão nos dar retorno na equipe principal.
Como é a interação com a comissão técnica do Vítor Pereira? Há conversas frequentes? Ele te solicita muitos jogadores, pede informações deles? Quem faz a comunicação?
- Tivemos alguns contatos e aconteceram de forma tranquila. Gostei muito da nossa conversa inicial, quando nos deixou à vontade para participar e acompanhar as atividades dos profissionais. Eventualmente conversamos, e as conversas se tornaram mais espaçadas pois nossos horários de treinos são similares e nosso calendário também. Nesse começo de temporada eles ainda tiveram que passar o período do Mundial fora, então isso nos impossibilitou de ter mais encontros. Com relação à comunicação, nós temos contato direto com o departamento de futebol profissional, e a solicitação é transmitida através do Carlos Noval, gerente de transição, Luís Carlos, gerente da base e do Gilberto Melo, coordenador técnico.
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